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Perigo

Atendimentos médicos por acidentes com pipa aumentaram 139% no estado

Linhas de cerol são proibidas, problemas na rede elétrica, ferimentos e podem levar a morte

31 de Julho de 2024 às 15:57
Da Redação [email protected]
Os animais também são vítimas das linhas de pipa com cerol
Os animais também são vítimas das linhas de pipa com cerol (Crédito: Divulgação/ GCM (20/02/2018) )

A Secretaria Estadual da Saúde divulgou hoje (31) um balanço dos casos envolvendo pipas com cerol no estado e os números são preocupantes: entre janeiro e maio de 2023, foram registrados 555 atendimentos ambulatoriais por objetos cortantes. No mesmo período deste ano, o número aumentou para 1.326, representando um crescimento de 139%.

Diante desses números, a Secretaria reforçou o alerta para o perigo do cerol utilizado nas pipas, que põe em risco principalmente motoclistas, ciclistas e pedestres. O material, feito de cola e vidro moído, é praticamente invisível a olho nu e pode causar ferimentos e cortes profundos, resultando até mesmo em mortes.  Um perigo também para as crianças, que às vezes estão expostas brincando na rua e podem não perceber a linha, ou ao identificar uma pipa enroscada em rede elétrica, podem tentar se aproximar para retirá-la causando lesões por queimadura elétrica.

De acordo com o coordenador da equipe de cirurgia geral do Hospital Geral de Guarulhos (HGG), Eduardo Benedetti, a situação piora no período de férias escolares, que exige maior atenção e orientação de pais, alertando sobre a não utilização desses materiais, para evitar esses acidentes.

Para motoqueiros, quando atingidos pelo cerol, com influência da velocidade do vento e do deslocamento, o ferimento pode ser ainda mais grave e profundo. São inúmeros os riscos, como: hemorragia, ao lesionar vasos importantes; insuficiência respiratória aguda, ao lesionar a traqueia; e cegueira, quando ocorre o trauma ocular.

O especialista também alerta para demais ferimentos nas regiões cervicais e em outras partes do corpo. “Pode haver mutilações, amputações, além de lesões vasculares, levando inclusive ao óbito”, afirma.

Tão perigosa quanto o cerol, é a linha chilena, também utilizada para soltar pipas. A linha chilena tem na composição óxido de alumínio e pó de quartzo, substâncias altamente cortantes. Além de trazer o risco de cortes profundos, pode induzir choques, curto-circuitos e danificar a fiação se entrar em contato com redes elétricas.

A Secetaria ressaltou que o cerol e demais linhas cortantes são proibidas no estado conforme a Lei 17.201/2019 que proíbe o uso, a fabricação e a comercialização do produto, para proteger a população e evitar acidentes.