Intercâmbio
PUC recebe alunos de medicina da Eslováquia
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), campus Sorocaba, acolheu dois estudantes de medicina da Eslováquia no mês de julho. Mario Serfözö, de 22 anos, e Lucia Alavská, de 21 anos, estão no terceiro ano do curso na Universidade Comenius de Bratislava e, por meio do programa de intercâmbio da Federação Internacional de Estudantes de Medicina, tiveram a oportunidade de conhecer o sistema de saúde brasileiro.
“Nós queríamos ir para um lugar com uma cultura e um sistema de saúde totalmente diferente, para conhecer realmente algo novo”, conta Lucia. “Porque se fossemos a algum lugar na Europa, seria basicamente o mesmo, talvez com os mesmos problemas e com a mesma estrutura. Mas aqui no Brasil é totalmente diferente”.
Nestas quatro semanas, do dia 3 a 25 de julho, ambos assistiram a cirurgias ortopédicas e conheceram novos procedimentos médicos. Além dos hospitais de Sorocaba, Mario e Lucia também conheceram os hospitais São Luiz Itaim e Nova Star, em São Paulo. Para a eslovaca, o mais impressionante foi a rede privada de saúde.
“Porque no nosso país não temos nenhum tipo de seguro particular de saúde, apenas o sistema público. E eu nunca imaginei que tivesse esse tipo de assistência médica de alto nível no Brasil, na América do Sul. No nosso preconceito deveria ser algo pouco desenvolvido, mas não é verdade”, disse Lucia. “Tanto que alguns procedimentos feitos aqui, nós não conhecemos na Eslováquia”.
Mario, por sua vez, se surpreendeu com os profissionais de saúde e os descreve como pacientes e amigáveis. “Na Eslováquia, os médicos estão sempre meio estressados e sob pressão no hospital. No Brasil, é mais descontraído e parece que eles não estão realmente preocupados com o tempo, ou pelo menos não colocam tanto poder nele”, relata. “É bom, mas também tem desvantagens, como alguns atrasos. Contudo, acho mais importante que os profissionais daqui não fiquem tão estressados, como os médicos da Eslováquia”.
Fora das paredes dos hospitais, os estudantes também se encantaram com os brasileiros e com a comida. Lucia conta que nunca comeu tanta carne bovina em sua vida, principalmente bife. “É maravilhoso, muito bom! Nós também amamos as pessoas. Na grande maioria, elas estão sorrindo, felizes e realmente bem com tudo. Nós, com certeza, queremos levar um pouco dessa alegria para nossa cidade e para nossa escola”, afirma.
Olhar do professor
Durante o intercâmbio, o ortopedista Julio Gali acompanhou de perto os eslovacos, como professor responsável. Em oito anos na instituição de ensino, esta foi a primeira vez que o acadêmico presenciou a vinda de estudantes pelo programa de intercâmbio.
“Eu estou me sentindo muito feliz em poder fazer parte do time que está trazendo essa oportunidade para eles, de visitar o Brasil e levar uma imagem boa, porque infelizmente não é o que acontece fora”, aponta Gali. “E eles estão levando essa impressão para o país deles, divulgando como é diferente do que imaginavam, tanto o povo e o atendimento médico, quanto a cultura e a comida. Para mim, isso é muito importante”.
O ortopedista ainda ressalta a qualidade técnica dos hospitais brasileiros, apesar das dificuldades como, por exemplo, a ausência de recursos. “Apesar da falta de investimento na rede pública, é algo que o Brasil oferece de diferente também. Eu acredito que o nosso sistema de saúde público pode ser considerado um dos melhores do mundo, pois atinge o País inteiro. Quando teve a vacinação da Covid, foi provado que conseguimos atingir do Amazonas até o Rio Grande do Sul. Graças à boa vontade dos profissionais, não pela remuneração ou pela estrutura, mas nós conseguimos ser diferentes”, destaca.
Além do médico Julio, Mario e Lucia também tiveram aula e atividades com os médicos Luiz Angelo Vieira, Ed Caetano, Eduardo Luiz Vieira e Celso Simonetti.