O Brasil poderá ter, pela primeira vez, mais de 100 cidades com segundo turno nas eleições municipais neste ano. Entre 2020 e 2024, oito municípios entraram para a relação daqueles onde há a possibilidade de a votação ser decidida em duas etapas. Com isso, o total subiu para 102. No último pleito municipal, em 2020, eram 95 — das quais 57 realmente tiveram. Por outro lado, uma cidade saiu da lista. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e podem ser considerados parciais, já que o órgão só os tinha até sábado passado (20) para divulgar as informações consolidadas do eleitorado das eleições 2024. Você sabe por que só os moradores dessas cidades costumam precisar ir às urnas duas vezes? O Cruzeiro do Sul explica.

A Constituição Federal determina que só os municípios com mais de 200 mil eleitores são autorizados a realizar segundo turno quando nenhum candidato à prefeitura consegue maioria absoluta dos votos no primeiro. Maioria absoluta consiste na obtenção de pelo menos metade dos votos válidos, — desconsiderando brancos e nulos —, mais um. Essa medida tem como objetivo dar maior representatividade ao eleitor.

Com base nessa regra, duas cidades do Estado de São Paulo juntaram-se àquelas nas quais o prefeito pode não ser escolhido no primeiro turno, segundo dados divulgados pelo TSE até junho na área “Estatísticas” de seu site. Embu das Artes tinha 189.289 eleitores em 2020 e, neste ano, o número subiu para 207.261. Sumaré saltou de 189.410 votantes para 203.036.

Em Palmas (TO), a quantidade de pessoas aptas a votar cresceu de 180.524 para 209.536 em quatro anos. O eleitorado de Camaçari (BA) passou de 179.129 para 205.873. Foz do Iguaçu (PR) soma 204.360 eleitores em 2024, enquanto, em 2020, eram 183.306. Em Imperatriz (MA), 201.917 estão cadastradas para ir às urnas dessa vez; na eleição passada, foram 169.209.

Magé (RJ) possuía 193.559 munícipes aptos a votar há quatro anos e, agora, são 201.616. Em Paraupebas (PA), o total aumentou de 162.606 para 200.693.

Na contramão, Governador Valadares (MG) perdeu 15.399 eleitores no período, e o número caiu de 213.886 para 198.486. Com isso, o município mineiro não pode mais ter segundo turno.

 Quase lá...

São Carlos quase entrou para a lista. Com 197.333 munícipes votantes registrados até junho, a cidade precisava apenas de mais 2.472 para alcançar 200 mil. De acordo com o TRE, os vereadores da cidade chegaram a se mobilizar para tentar alcançar a quantidade necessária, incentivando os jovens a tirar o título. Porém, ainda não deu certo. 

30 cidades paulistas podem ter dois turnos

São Paulo tem 30 cidades com possibilidade de segundo turno e é o Estado com o maior número. São elas: Barueri, Bauru, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Embu das Artes, Franca, Guarujá, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Jundiaí, Limeira, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Piracicaba, Praia Grande, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, São Vicente, Sorocaba, Suzano, Taboão da Serra e Taubaté. Sorocaba é a única de sua região metropolitana.

Com a entrada de Palmas para a lista, as eleições podem ser definidas em duas etapas em todas as capitais brasileiras. Na análise por regiões, o sudeste tem mais municípios onde pode haver duas etapas no pleito municipal — 53. Em seguida, vêm, respectivamente, nordeste (20), sul (14), norte (10) e centro-oeste (5).