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Recursos Humanos

Redução nos níveis de desemprego ainda não é percebida em Sorocaba

Profissionais de recursos humanos apontam que mão-de-obra qualificada, bom ambiente de trabalho, alta rotatividade e oferta de benefícios estão entre os desafios

24 de Julho de 2024 às 22:30
Beatriz Falcão [email protected]
Na cidade, vagas operacionais, especialmente na produção industrial, e o comércio em geral são destaques
Na cidade, vagas operacionais, especialmente na produção industrial, e o comércio em geral são destaques (Crédito: ARQUIVO JCS)

A taxa de desemprego no Brasil, no período de março a maio deste ano, apresentou o menor índice em 10 anos. Somando os três meses, o País obteve um percentual de 7,1%, segundo o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última vez que os níveis de desemprego brasileiro estiveram abaixo deste patamar foi no último trimestre de 2014, com 6,6%. Em Sorocaba, no entanto, a redução significativa ainda não foi percebida.

Para Vera Lúcia Vaz da Silva, proprietária de uma consultoria de recursos humanos, ainda é cedo para afirmar que a cidade está sentindo os efeitos, embora esteja oferecendo uma quantidade razoável de oportunidades de trabalho. “As vagas abrangem desde cargos operacionais até posições que exigem especialização ou conhecimentos específicos. Mas não tenho números para afirmar uma redução na taxa de desemprego e, se ela existe, eu ainda não percebi”, aponta.

A profissional, no entanto, nota algumas tendências no mercado de trabalho, como os segmentos que mais contratam. Em Sorocaba, as vagas operacionais, especialmente na produção industrial, e o comércio em geral são destaques. Contudo, como em muitas outras cidades brasileiras, o município enfrenta desafios com mão-de-obra desqualificada.

“Os profissionais de áreas administrativas frequentemente apresentam falhas significativas, como erros graves de português na comunicação e dificuldades em testes de raciocínio lógico básico. No setor produtivo, a capacidade de interpretação de texto e escrita também deixa a desejar”, relata Vera Lúcia com pesar. “Costumo falar que o desemprego e o aumento da oferta de emprego tem total correlação com a questões comportamentais”.

A consultora de recursos humanos ainda percebe que muitos profissionais empregados estão em busca de oportunidades superiores. “Eles se inscrevem em novas vagas por curiosidade, na esperança de encontrar melhores condições ou salários mais atrativos. No entanto, os salários oferecidos continuam em uma média considerada baixa”, conta.

Rotatividade de funcionários

A coordenadora de recursos humanos Adriana Melchiori nota um avanço na oferta de vagas de emprego, o primeiro desde a pandemia do Coronavírus. No entanto, há uma diferença entre desemprego e contratações. Segundo ela, o Brasil é um dos países com maior rotatividade de funcionários.

Adriana aponta que o ambiente corporativo se tornou um fator relevante e uma das principais causas de mudanças de emprego. “Especialmente os jovens possuem um senso de pertencimento muito grande, na escolha de uma vaga faz a total diferença. Eles procuram um lugar em que possam crescer e fazer parte juntamente com os colaboradores. Na hora da decisão, o ambiente é até mais importante do que o salário”, relata.

Neste cenário, a coordenadora enxerga que os empregadores devem prezar por um bom ambiente de trabalho e por uma boa liderança, uma vez que a rotatividade apresenta prejuízos para a empresa. “Muito além do custo, há o tempo de treinamento e adaptação que é perdido”, aponta.

Para os funcionários, por sua vez, a troca frequente de empregos também traz desvantagens, principalmente pela transmissão de insegurança. “Quando a empresa faz a seleção de candidatos, o tempo de permanência nos trabalhos anteriores é observado. Claro, que durante a entrevista será investigado os motivos e a coerência da rotatividade”, conta Adriana.

O segredo, segundo a especialista em recursos humanos, é que as empresas façam para si a mesma pergunta que fazem para os candidatos: O que a sua empresa oferece de diferencial que justifique os profissionais escolherem e quererem a sua empresa e não outra? “Com um foco renovado em benefícios atrativos e uma cultura organizacional positiva, as empresas locais podem se tornar verdadeiros faróis de esperança para trabalhadores em busca de melhores condições de vida”, finaliza.