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Educação

Ler é conhecer o mundo

No Poli, a leitura é uma importante ferramenta pedagógica; até mesmo nas férias os estudantes podem cultivar esse bom hábito

12 de Julho de 2024 às 23:13
Beatriz Falcão [email protected]
A educadora Monisa Maciel costuma realizar várias vivências a partir de seus livros
A educadora Monisa Maciel costuma realizar várias vivências a partir de seus livros (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A leitura desde cedo é fundamental para o processo de formação da criança, no entanto, a prática não deve se limitar somente entre as paredes da sala de aula. Os livros são ótimos companheiros durante as férias, capazes de estimular a criatividade e criar mundos inimagináveis. O exercício se torna ainda mais divertido se for acompanhado de brincadeiras. No Colégio Politécnico de Sorocaba, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), a leitura é uma importante ferramenta pedagógica.

Além disso, sempre são desenvolvidas atividades literárias para despertar o interesse das crianças e adolescentes. Com quatro livros publicados e 25 anos de experiência como contadora de história, a educadora Monisa Maciel afirma que as brincadeiras aproximam as crianças da leitura. Em sua pesquisa de mestrado, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) de Sorocaba, ela estuda a prática de jogos literários na educação, chamadas de vivências brincantes. Monisa costuma participar com frequência de atividades desenvolvidas no Poli e reforça que o contato com os livros precisa ser prazeroso para os estudantes.

“Criar momentos de leitura, além de oferecer arte e aprendizado, cria um vínculo de amor. E quando os pais contam as histórias é ainda melhor, porque o cheiro e a voz criam um vínculo ainda maior”, explica Monisa. “As vivências brincantes podem ser feitas com desenhos, massinha, teatro de sombra, estimulando a construção de personagem e a conexão com a história”.

Os benefícios da prática, por sua vez, são vários. Desde a criatividade até a oralidade, o aprendizado. “O intuito é trazer a imagem da literatura no brincar, associar a leitura ao prazer de brincar, tornar algo leve e divertido”, destaca.

Monisa conta que costuma usar a vivência brincante na sala de aula. Uma dessas experiências ocorreu com a publicação do seu terceiro livro, “Você tem medo do quê?”. Os alunos acompanharam a história de Dudu, um menino com medo de escuro, e da sua amiga Déda, uma gata preta que aprecia a beleza da noite. Após a leitura, a escritora utilizou o boneco de amigurumi da Déda para brincar de esconde-esconde com as crianças.

Dicas para Incentivar a Leitura

Monisa Maciel faz uma analogia da leitura com a nutrição. O primeiro passo, portanto, é escolher bons livros. “Você come qualquer coisa? Não. Com o livro é o mesmo, ele alimenta o imaginário. Portanto, é muito bom ter diversidade de gêneros textuais, autores, ilustração, tamanho e materialidade”, aconselha. “Dessa forma, a criança pode construir o seu próprio gosto literário”.

Outra orientação da educadora é levar as crianças para eventos literários, como lançamento de livros e contação de história. Em casos de viagens longas de carro, Monisa ainda lembra que existem podcasts de histórias infantis.

“É até interessante que os pais tragam livros e histórias da sua infância. Assim, é possível resgatar memórias, criar raízes e vínculo com a árvore genealógica”, aponta a escritora. “A beleza do livro atravessa gerações”.

A narrativa visual do livro é também um ponto interessante a ser considerado e integra o estudo de Monisa. “Nós precisamos enxergar o livro como arte. Existe um mundo imagético e, por muitas vezes, não falamos dessa construção”, expõe. “Toda a sua diversidade de imagens, cores, tamanhos e ilustrações transmitem uma informação e a criança tem uma autonomia de interpretação, de construção de ideias, estimula a criatividade, além da atenção e observação”, acrescenta.

Apesar de todos os benefícios da leitura, Monisa reconhece que existem desafios, principalmente de acessibilidade. “Eu entendo que, por muitas vezes, os livros possuem um custo alto e pouco acessível, mas existem outros caminhos, como as bibliotecas e sebos”, sugere.

Por fim, o último conselho da educadora é que os pais criem vínculos de amor com seus filhos por meio da leitura. “Os livros transformam vidas e fortalecem o emocional, é muito bonito”, finaliza.

 Que tal algumas sugestões para incentivar a ‘viagem’ das crianças no universo da leitura?

- Bárbaro
de Renato Moriconi

- Teresa tem uma Tartaruga
de Clara Gavilan

- O Menino que Virou Chuva
de Yuri de Francco e Renato Moriconi

- Quem Nunca Comeu um Bombom de Olhos Fechados?
de Jonas Ribeiro

- Quintal
de Monisa Maciel e Rogério Neves