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Saúde

Uso de celular antes de dormir afeta o sono

Esse hábito noturno pode afetar a saúde e equilíbrio mentais e, até mesmo, a fixação da memória

09 de Julho de 2024 às 22:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Estudo recente revela que a luz azul pode prejudicar a qualidade do sono, insônia e perda de foco
Estudo recente revela que a luz azul pode prejudicar a qualidade do sono, insônia e perda de foco (Crédito: DEPOSITPHOTOS (8/5/2024))

Quem não gosta de navegar nas redes sociais nos dias de hoje? Mas saiba que esse hábito pode custar caro à nossa saúde. Com o avanço da tecnologia, surgiu uma dependência preocupante: o uso excessivo de celulares e computadores, especialmente antes de dormir. Um estudo recente da Universidade de Harvard revelou que a luz azul emitida pode prejudicar significativamente a qualidade do sono, insônia e perda de foco.

Muitas pessoas têm o hábito de verificar seus celulares e aparelhos eletrônicos antes de dormir, seja para responder a mensagens, checar as redes sociais e, principalmente, entre os jovens, assistir a vídeos ou a suas séries favoritas. No entanto, essa prática pode interferir no ciclo natural do sono, dificultando o adormecimento e reduzindo a quantidade de sono profundo e restaurador. A luz emitida pelo celular gera queda na produção de melatonina, substância que regula o ciclo de sono.

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Harvard em 2020 mostrou que a exposição à luz azul suprimiu a melatonina por cerca de duas vezes mais que outro formato de comprimento de onda. Logo, usar o celular antes de dormir pode acabar atrasando o adormecer e fazendo com que você tenha menos horas de sono por noite.

No mesmo estudo, foi constatado também que essa exposição pode prejudicar o relógio biológico do indivíduo. A pesquisa revelou que o contato constante com a luz alterou os ritmos circadianos duas vezes mais, gerando dificuldades para a chegada do sono. Até mesmo a luz fraca pode interferir no ritmo de uma pessoa e na produção de melatonina.

O otorrinolaringologista Fábio Lorenzetti, que é membro do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), explicou por que o uso do celular antes de dormir pode afetar a saúde mental e física: “O uso excessivo de celulares, computadores e telas antes de dormir pode prejudicar a qualidade do sono, especialmente naquelas pessoas que possuem dificuldade para iniciar o sono, tanto pela luminosidade quanto pelo efeito de manter a atividade cerebral da pessoa mais agitada”.

Segundo Lorenzetti, há relatos de que o uso excessivo desses equipamentos eletrônicos também pode causar consequências para a saúde do indivíduo, especialmente da saúde ocular. A síndrome do olho seco, por exemplo, pode estar relacionada a essa condição.

Ao acordar, o hábito de checar o celular também é automático, mas, do mesmo modo, isso afeta a nossa capacidade de ter um despertar mais saudável. “Contudo, o uso excessivo do celular, seja ao dormir ou ao acordar, pode prejudicar não apenas a saúde física como também a saúde mental”, afirma o médico. Portanto, a dica principal para quem tem insônia ou distúrbios do ritmo circadiano é: luz solar pela manhã e baixa luminosidade antes de dormir, menos telas e mais atividade física regular.

Recomendação para um sono melhor

A recomendação principal para minimizar os efeitos negativos, de acordo com o especialista, é que “o ideal é a pessoa se ‘desligar’ dos eletrônicos mais cedo (pelo menos uma hora antes do horário habitual de dormir) e instituir um ‘ritual’ mais relaxante (para ir ‘desacelerando’) e dar preferência a atividades mais monótonas e com baixa luminosidade (para facilitar a liberação de melatonina) e assim conseguir ter uma boa noite de sono. “O sono de qualidade é essencial para nossa saúde!”, ressalta Lorenzetti.

Outro otorrinolaringologista, Dielison Primo, recomenda limitar o uso do celular em pelo menos uma hora antes de se preparar para dormir. “Em vez disso, é aconselhável adotar atividades relaxantes, como ler um livro, meditar ou ouvir músicas calmas e suaves. É importante também criar uma rotina de sono consistente, com horários regulares de dormir e acordar”, aponta Primo. (João Frizo - programa de estágio)

 

 

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