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Alimentação

Cesta básica atinge maior preço em 11 meses

Variações climáticas são apontadas como principais causas do aumento no valor de alimentos

02 de Julho de 2024 às 22:30
Vanessa Ferranti [email protected]
A batata foi o item do levantamento da Uniso que mais subiu no mês passado: 15%
A batata foi o item do levantamento da Uniso que mais subiu no mês passado: 15% (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (2/7/2024))

A cesta básica sorocabana tem mostrado uma tendência de aumento nos últimos meses. No primeiro semestre de 2024, houve uma elevação de 4,24% nos preços. Já em junho, comparado a maio, o aumento foi de 1,58%, passando de R$ 1.054,97 para R$ 1.071,66 — o maior valor desde maio de 2023, quando a cesta básica na cidade alcançou R$ 1.073,12. Os dados são do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), que realiza o levantamento todos os meses. Comparado a junho do ano anterior, a cesta básica em Sorocaba está 2,13% mais cara, representando um acréscimo de R$ 22,34 para o consumidor.

De acordo com a pesquisa, os grandes vilões são a batata, o alho, o leite longa vida e também a muçarela fatiada. A batata é o principal destaque de elevação no preço. O quilo subiu mais de 60% em 12 meses. Já nos dois últimos meses, a batata apareceu de forma consecutiva em primeiro lugar na lista dos itens que mais tiveram aumento. Em abril, o valor médio era de R$ 8,61 o quilo. Em maio foi para R$ 10,79 e em junho R$ 12,49, com última alta de 15,76%.

Os motivos dos aumentos de preço são as variações climáticas. “A principal causa destas elevações está relacionada com a diminuição da oferta em função de alterações climáticas, seja por chuvas intensas ou períodos de seca em regiões produtoras”, explicou o coordenador da pesquisa, o professor e economista Marcos Antonio Canhada.

A auxiliar administrativo Naejilly Alfonsi trabalha de forma autônoma com a venda de massas e precisa comprar batata toda semana. O jeito foi repassar o valor do produto para os clientes. “Preciso manter um padrão de qualidade, eu prefiro vir aqui e escolher por mais que esteja mais caro, e isso acaba repercutindo no valor.”

Uma alternativa para substituir a batata é a mandioca, com preço médio de R$ 4,04 o quilo. Já o preço médio da muçarela fatiada passou de R$ 47,83 o quilo em maio para R$ 52,40 em junho, e o alho de R$ 8,61 (200 gramas) foi para R$ 8,96. O leite longa vida (1 litro) custava em média R$ 5,20 em maio e em junho passou a custar R$ 5,39.

O feijão é um dos alimentos que teve queda no mês de junho. O produto passou de R$ 8,76 o quilo para R$ 8,25, uma redução de 5,82%. Outros itens que tiveram queda foram a farinha de mandioca (-6,44%) e o desodorante roll-on (50 a 60ml) (-6,12%). A farinha de trigo também faz parte dessa lista — o produto passou de R$ 5,52 o quilo em maio, para R$ 5,43 em junho, assim como o açúcar refinado, que custava R$ 4,55 e fechou junho em R$ 4,46.

Matheus Rodrigues, proprietário de uma loja de doces, e o confeiteiro João Victor de Oliveira contam que no mês passado perceberam quedas nos preços da farinha e do açúcar, no entanto, neste início de julho já perceberam mudanças nos preços. “A última vez que viemos ao supermercado, pagamos bem mais em conta no açúcar e farinha e já aumentou novamente”, comenta Rodrigues.