A Polícia Civil de Sorocaba investiga os constantes furtos de peças de bronze de túmulos no cemitério da Saudade, na Vila Carvalho, em Sorocaba. Um dos alvos dos criminosos foi a sepultura do ex-prefeito de Sorocaba, José Theodoro Mendes, morto em um acidente de trânsito em 2020. O caso ocorreu em maio de 2024, quando houve uma onda de crimes no local. O Cruzeiro do Sul mostrou a situação.

Segundo o empresário José Theodoro Mendes Júnior, filho do ex-chefe do Executivo, primeiro, foram levados placas com nomes — pela segunda vez — e um crucifixo. Depois, os alvos foram uma imagem de Jesus Cristo, com cerca de 80 quilos, e duas portas. “Houve o saque completo”, disse ele.

O jazigo da mãe de Mendes Júnior, Margarida Maria Quercetti Mendes, também foi furtado recentemente. Os criminosos retiraram uma estátua de ferro de Nossa Senhora Aparecida de mais de um metro de altura.

Para evitar novos prejuízos, a família não vai recolocar as estátuas e o material das novas portas do túmulo do ex-prefeito será ferro, e não mais bronze. “Neste caso, o financeiro é o de menos; o desrespeito é o pior”, comentou Mendes Júnior.

Para o empresário, ladrões só vão parar de agir no cemitério com ações para reforçar a segurança, como aumento da altura dos muros e instalação de cerca elétrica.

A Secretaria de Segurança Urbana (Sesu) informou que a Guarda Civil Municipal (GCM) tem intensificado as rondas, “dentro e fora dos cemitérios municipais, assim como nos demais próprios públicos, 24 horas por dia, totalizando mais de duas mil rotas fixas, somente neste ano”. Já a Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) disse que instalou seis câmeras de videomonitoramento, começando pelo cemitério da Saudade, com o intuito de coibir qualquer tipo de delito nos cemitérios municipais.

Polícia investiga

De acordo com a delegada titular do 1º Distrito Policial (DP), Daniela Lara de Góes, a Polícia Civil investiga os furtos às sepulturas da família Mendes e a várias outras. Ela afirma que são crimes difíceis de esclarecer, porque não há imagens de câmeras de segurança. Além disso, os objetos são rapidamente vendidos e derretidos, ficando descaracterizados.

Diante dessas dificuldades, uma alternativa para os investigadores tentarem chegar aos criminosos é fazer operações em ferros-velhos e verificar denúncias sobre pessoas vistas transportando peças.

Até o momento, segundo Daniela, não houve prisões no caso dos furtos ao túmulo de José Theodoro Mendes, mas envolvidos em outras ocorrências já foram capturados. “É bem frequente a autuação em flagrante de pessoas que são surpreendidas deixando o cemitério com peças”, relatou.

Em 4 de junho de 2024, a Guarda Civil Municipal (GCM) deteve dois homens e uma mulher acusados de invadir o local para praticar furto.

A delegada informou que muitas famílias não registram boletim de ocorrência. Isso dificulta as investigações e a tomada de providências. “Todo o trabalho é feito em cima dos registros”, explicou. Por isso, ela orienta as vítimas a sempre abrir BO na delegacia mais próxima ao local dos fatos. O registro ainda pode ser feito no Plantão Policial da avenida General Carneiro, na Vila Lucy, ou na Delegacia Eletrônica (delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br). Denúncias, inclusive anônimas, podem ser feitas pelos telefones 181, 197, 190 e 153.