Café com economistas
Reestruturação e uso de IA são saídas para empresas em crise
Temas foram abordados no Café com Economistas, realizado ontem em Sorocaba pelo Conselho Regional de Economia
Contribuir para o desenvolvimento econômico da região de Sorocaba por meio de ajuda na reestruturação de empresas em crise e de ensinamentos sobre como empresários podem usar a Inteligência Artificial (IA) nos seus negócios. Estas foram as principais lições deixadas pelo Café com Economistas, realizado em Sorocaba pela primeira vez, ontem (22), no Grand Hotel Royal, no Centro. Aberto ao público, o evento reuniu mais de 40 participantes. A iniciativa, que já teve seis edições em outras regiões, é do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo (Corecon-SP).
O público pode fazer networking, trocar informações e compartilhar experiências. Houve, também, duas palestras. A primeira foi “Gestão econômica de empresas em dificuldades - qual o papel do empresário e do economista nos casos de empresas que precisam de reestruturação?”, com o presidente do Corecon, Pedro Afonso Gomes. Em seguida, o conselheiro do órgão, Welinton dos Santos, abordou “Os impactos da inteligência artificial na economia de Sorocaba e região.”
Pedro Gomes falou a respeito de gestão econômica para empresas em dificuldades, com informações sobre como economistas e os próprios empresários podem atuar para reerguê-las. Segundo ele, ajudar nessa reestruturação beneficia não só os negócios, como também toda a região. Isso porque, retomando as suas atividades, eles geram empregos, renda e pagam impostos, além de terem mais chances de continuar no mercado fazendo tudo isso.
Para Gomes, esse trabalho proporciona desenvolvimento econômico e, consequentemente, social, já que a oferta de trabalho e renda auxilia na redução das desigualdades sociais. “A nossa ideia é que a empresa se desenvolva economicamente, dentro do critério sustentável, ou seja, respeitando as questões ambientais e humanas, e, ao mesmo tempo, que seja dada a esses grupos sociais a chance de participar (desse desenvolvimento), de poder ter uma renda e uma riqueza maiores e de viver a sua vida de forma digna”, resumiu.
IA no dia a dia
Já Welinton Santos discorreu sobre a necessidade de melhorias nos processos educacionais na região, para tornar os trabalhadores qualificados no uso da Inteligência Artificial. De acordo com ele, essa capacitação é essencial para eles atenderem às atuais demandas do mercado e, assim, serem contratados. Para auxiliar nesse processo de preparação dos profissionais e no avanço econômico local, o Corecon também firmou, durante o evento, contratos de cooperação técnico-científica com entidades e universidades. “A inteligência artificial não vai substituir o ser humano. Ela é mais um instrumento, uma ferramenta. O que vai ser substituído é o ser humano que não a conhece por aquele que conhece”, assinalou.
Santos ainda tratou dos instrumentos que podem ser utilizados para aprimorar os processos administrativos e de planejamento econômico da região, principalmente, por meio da Inteligência Artificial. Conforme o conselheiro, a IA é comumente observada nas áreas da educação e de serviços de streaming, mas também está presente em todos os segmentos empresariais. Existem mais de dez mil tipos desse recurso, para muito além do ChatGPT, segundo ele.
No âmbito econômico, essas ferramentas estão mais próximas do cotidiano das pessoas do que elas imaginam. O próprio sistema financeiro brasileiro encontra-se, desde 2022, dentro de uma Blockchain, uma inteligência artificial de segurança de dados interligados usada pelo Banco Central. “Então, toda vez que você vai fazer um pagamento via smartphone, já está utilizando a inteligência artificial”, exemplificou Santos. Outra ferramenta, a Matific, familiariza as crianças com economia desde pequenas, por meio do ensino lúdico de matemática. Mais um exemplo é a Grana, cujo intuito é possibilitar análises financeiras para investimentos de forma on-line e gratuita.
Esses milhares de artifícios são aplicáveis, igualmente, na gestão pública; na economia social e comunitária; nas moedas sociais (alternativa à moeda oficial da região, usada por um determinado grupo) ou digitais, como as criptomoedas.