Solidariedade
Sem data para terminar, ação solidária doa mais de 1700 ponchos para o sul
As voluntárias produzem mais de 100 ponchos por dia
“Nosso trabalho não tem data para parar”, afirma com entusiasmo Karin Benestante Nunes, coordenadora da iniciativa que produz ponchos para moradores do sul atingidos pelas enchentes. A última vez que Karin conversou com o Cruzeiro do Sul, em maio, havia sido produzido cerca de 300, e até a última terça-feira (18), mais de 1.700 ponchos já foram confeccionados e enviados para cidades do Rio Grande do Sul, além disso, o grupo que começou apenas com as alunas, atualmente soma mais de 150 voluntárias. Tudo isso em pouco mais de um mês. Karin também é responsável pela Oficina de Costura, uma tradicional loja de Sorocaba, que oferece cursos de costura, e cedeu um dos espaços para que a ação pudesse se tornar realidade.
O trabalho une amor e solidariedade, reunindo mulheres de toda a cidade, que se juntam todos os dias para criar as peças. “A repercussão foi muito positiva”, explica Karin, “alguns dias chegavam a ser mais de 25 pessoas de uma vez só aqui no espaço, não conseguíamos nem andar”, e ela complementa “fizemos também um tutorial do poncho e postamos, ele está com mais de 50 mil visualizações nas redes sociais. Percebemos que pessoas de outros lugares, e até de diferentes estados começaram a se mobilizar para também produzir as peças. Tem se multiplicado cada vez mais”.
Além das vestimentas, as voluntárias também produzem sapatinhos de bebê, caminhas para os pets, e até mesmo bichos de pelúcia, tudo isso com os retalhos que sobram da confecção dos próprios ponchos, “elas levam os tecidos e fazem em casa, ou até mesmo trazem outras coisas para doação, como necessaires de higiene pessoal”, explicou a coordenadora.
Sandra Maria Godoy, voluntária que teve a ideia da iniciativa, comentou, emocionada, sobre sua importância, não só pelas doações, mas pelo que tem significado para quem participa,“é importante que as pessoas se sintam pertencendo a algo que tenha um propósito real. As voluntárias estão aqui com as suas melhores versões. E na verdade, a gente é que ganha com isso, é muito gratificante”.
Não é a primeira vez que Karin e as alunas da Oficina fazem uma ação beneficente como essa para atender as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Elas já trabalharam em outras ao longo dos anos. “Fizemos muitas máscaras durante a pandemia, desenvolvemos alguns kits que as alunas levaram para a casa e confeccionavam. Além dessa, já criamos outras nove iniciativas nos sete anos que temos o curso”.
A ajuda não para
Apesar de já ter ido muito longe, Karin e as voluntárias enfatizam a importância de continuar com as doações, já que agora estão começando a ficar mais escassas, “alguns acham que doaram uma vez e já fizeram sua parte, mas isso está longe de acabar, as pessoas ainda precisam muito da nossa ajuda”. A solidariedade é o que move este e muitos outros projetos, já que os mutirões sobrevivem 100% de doações e trabalho voluntário.
“Já estamos pensando em outras ações para incentivar as pessoas a continuarem doando para a causa”, completa Sandra. As participantes mostram seu desejo de continuar com as iniciativas pelo tempo que for necessário, “não podemos fechar nossas portas”.
A união e a necessidade de ajudar em um momento tão delicado juntou todas estas mulheres, criando um ambiente de harmonia e muita solidariedade. “Isso tudo acabou virando uma comunidade, é nosso coração”, Karin deixa claro o carinho e apreço que cada uma das participantes ali presentes têm umas pelas outras.
A produção dos ponchos continua a todo o vapor na Oficina da Costura, caixas e mais caixas são enviadas quase todas as semanas para cidades do sul. Tudo com muito amor para aqueles que mais precisam. Na última terça-feira (18), 256 caixas foram enviadas para Porto Alegre, junto a gorros de crochê também feitos pelas voluntárias.
Como ajudar?
O grupo trabalha de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 9h às 12h. Quem quiser, pode entrar em contato para realizar uma doação ou oferecer trabalho voluntário pelo telefone (15) 9.9613-1785. (Livian Regaçoni - programa de estágio)
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