Protesto
Grupo faz ato de repúdio contra feminicídio
Manifestação organizada pelo movimento das mulheres de Sorocaba, ontem (14), em frente à Delegacia da Mulher de Sorocaba pediu “humanização e respeito à vida das mulheres” e um “basta ao feminicídio”. A mobilização foi motivada pelo assassinato, na terça-feira (11), de Aline Aparecida de Moura, 34 anos, pelo ex-companheiro dela, Paulo Rodrigo Juvêncio, que está foragido. Aline foi vítima de feminicídio enquanto trabalhava em uma loja de tintas do bairro.
Paulo Juvêncio teria começado a perseguir Aline — que era formada em psicologia — por discordar do fim do relacionamento que manteve com ela durante cerca de um ano. Segundo a titular da DDM de Sorocaba, Alessandra Silveira, em março, a Justiça concedeu medida protetiva à vítima e, em abril, o ex-companheiro foi avisado da decisão. No dia 24 de maio, ele teria colocado fogo na moto de Aline.
O laudo da Polícia Científica, previsto para ficar pronto dentro de 30 dias, deve apresentar outros detalhes sobre a morte, como a quantidade de tiros e os órgãos atingidos.
Atuação policial
Em entrevista ao Cruzeiro do Sul, o diretor do Departamento da Polícia Judiciária Interior 7 - Sorocaba (Deinter 7), Wilson Negrão, afirma que o trabalho da Polícia Civil foi realizado. No mesmo dia do atendimento, foi feito o boletim de ocorrência e a Justiça foi comunicada sobre o descumprimento da medida protetiva. Ainda segundo ele, a vítima teria sido orientada a dirigir-se ao Centro de Referência da Mulher (Cerem) para instalação do aplicativo do botão do pânico.
“Quando a polícia é questionada sobre a demora, na verdade, o atendimento da Aline aconteceu. Inicialmente, ela foi atendida; a ocorrência foi aberta pelo delegado e, na sequência, como de costume, ela foi direcionada a um psicólogo. Nesse intervalo de tempo, foram registradas mais oito ocorrências, isto é, seguiu o atendimento”, explica o diretor.
Segundo Negrão, a prioridade é atender todos os casos de maneira eficiente, principalmente as mulheres. “Todo caso é importante para a Polícia Civil, e cada caso tem a sua importância. A nossa prioridade sempre foi com as mulheres, a proteção e o cuidado”, destaca. De acordo com ele, são 12 ocorrências no Deinter 7, portanto em cinco Seccionais. Em Sorocaba, seriam duas, uma delas em 18 de fevereiro deste ano, quando o autor foi preso em flagrante.
As condutas dos policiais que realizaram o atendimento de Aline também serão analisadas. “É importante a população saber que a nossa preocupação é com a qualidade do atendimento. Eu já sei o que aconteceu, mas quero saber da conduta dos policiais”, acrescenta Negrão.
Nova DDM
O diretor do Deinter 7 aproveitou a entrevista concedida ontem (14) à imprensa para anunciar a construção de uma nova sede para a Delegacia da Mulher. O prédio ficará ao lado da Delegacia Seccional de Polícia de Sorocaba, na avenida General Carneiro. A proposta é que essa localização facilite o atendimento às mulheres e o acesso ao plantão policial.