O Cruzeiro do Sul foi fundado em 12 de junho de 1903 pelos irmãos Joaquim Firmino de Camargo Pires (Nhô Quim Pires) e João Clímaco. Iniciou sua circulação no mesmo ano e tinha inicialmente quatro páginas, com circulação bissemanal.
Em 1936, o jornal muda de dono ao ser adquirido por Ignácio da Silva Rocha e Carlos Correia. Em 1940, Orlando da Silva Freitas, diretor da rádio Clube de Sorocaba, compra o jornal e inicia um profundo processo de modernização gráfica.
Já no ano de 1963, um grupo de 21 integrantes da Loja Maçônica Perseverança III adquiriu a editora Cruzeiro do Sul, dando início a um processo de modernização da empresa, que se tornou uma entidade sem fins lucrativos.
Para manter o jornal, foi criada em 1964 a Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) - entidade sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da filantropia, do serviço educativo e de cidadania, após os membros da PIII doarem as ações adquiridas. A primeira edição sob a nova administração aconteceu no dia 1º de agosto de 1965. Ao longo dos anos, o Cruzeiro do Sul se tornou um dos principais complexos da mídia do Estado de São Paulo e ainda ocupa, 121 anos depois, uma posição singular na imprensa diária brasileira. Além do impresso, investe no jornalismo digital presente nas variadas plataformas.

O presidente da Diretoria Executiva da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), Hélio Sola Aro, mantenedora do jornal Cruzeiro do Sul, tem uma memória afetiva em relação ao jornal, formada ainda quando era adolescente. “Aos 14 anos, participava do Interact Club Sorocaba Leste, filiado ao Rotary Club Sorocaba Leste, onde meu querido tio Claudio Haro fazia parte do Rotary Leste e do Conselho da FUA. Na nossa juventude, sempre tivemos o total apoio da Fundação e do Cruzeiro do Sul em todos os eventos e projetos relacionados à filantropia”.

Hélio Sola Aro conta que “desde cedo percebei a importância do Cruzeiro do Sul para Sorocaba, ajudando com divulgações em suas páginas, matérias alusivas aos trabalhos voluntários. Isso sempre me motivou a ser um admirador do jornal. Nunca imaginei um dia estar à frente do Cruzeiro do Sul. Os mais diversos almoços, jantares, festas filantrópicas, que o jornal divulga graciosamente para as mais diversas entidades filantrópicas da cidade, alavancam as vendas com as divulgações e os eventos são um sucesso”, enfatiza o presidente da Diretoria Executiva.

Além da importância social do jornal, Hélio Sola Aro destaca a relevância jornalística do Cruzeiro do Sul. “O jornal é uma fonte de informações incrível. Meu avô Antônio Haro tinha uma fábrica de tamancos chamada Tuim, localizada na rua Pedro José Senger, na Vila Haro. No dia 6 de junho de 1955, um incêndio destruiu a fábrica toda. Não sobrou nada. Foi um acontecimento muito triste para a família, e o jornal noticiou o incêndio na fábrica Tuim. Está tudo relatado no noticiário da época, há 69 anos, que se mantém vivo no Projeto Memória no jornal Cruzeiro do Sul, que disponibiliza todas as edições, desde a primeira, disponível para pesquisa no formato PDF”.

E, assim, o Cruzeiro do Sul chega aos seus 121 anos registrando os fatos que acontecem em Sorocaba, na região, no Brasil e no mundo. Para manter essa missão, “temos muito trabalho pela frente. O mercado é muito dinâmico e exige atenção diária. Neste 12 de junho, comemoramos o fato de o jornal estar ativo e vibrante, podendo levar informação com credibilidade aos leitores, e por ser considerado um dos maiores e melhores veículos de informação da região”, diz Hélio Sola Aro.

E ele enfatiza que “o Cruzeiro do Sul está em constante evolução. O mercado exige isso. Hoje em dia, na era digital, não podemos nos distanciar. Estamos com muitos planos para manter a consolidação do impresso junto ao digital. Estamos investindo em capacitação e sistemas para fortalecer a marca Cruzeiro do Sul, reduzindo custos. Somos uma referência em informação de credibilidade, responsabilidade, com princípios de família, e educação. Devemos seguir nessa missão. Estamos trabalhando para manter o impresso e digital fortes”.

Hélio Sola Aro afirma que “se depender da equipe de comando, diretoria e conselheiros, a marca Cruzeiro do Sul, como veículo de informação de qualidade, vai se perpetuar por muitos anos, tanto no impresso como no digital. A equipe do jornal é muito boa. Podemos dizer, sem receios, que é a melhor de Sorocaba. Precisamos de ajustes para as adequações necessárias. Para um jornal que tem 121 anos de glórias, só podemos vislumbrar um futuro ainda maior! Que venha o futuro. O Cruzeiro do Sul está preparado!”.

O presidente da Diretoria Executiva da FUA disse que “todas as glórias do Cruzeiro do Sul nesses 121 anos não são exclusivas da administração, ou desse curto espaço que estou à frente. Toda essa glória e o fato de manter a força e o vigor nesses anos, passa por todos que aqui estiveram, todos os funcionários, das mais diversas áreas, colaborares, diretores, conselheiros, assinantes, anunciantes, aos irmãos Joaquim Firmino e João Clímaco, que em 1903 começaram tudo isto. Todos merecem os parabéns. Cada um tem a sua parcela. Hoje, com muito orgulho, podemos dizer que o jornal Cruzeiro do Sul está pronto para enfrentar mais muitos anos”, diz Hélio Sola Aro.

Conselho Superior

O presidente do Conselho Superior da FUA, Marco Aurélio Laham Dottore, destaca a importância social do Cruzeiro do Sul ao se recordar das bolsas de estudos concedidas ao longo da história do jornal e a diferença que fez e faz na vida de muitas pessoas e suas respectivas famílias.

“Essa preocupação com a sociedade foi o grande motivador para eu assumir essa responsabilidade e assim manter o trabalho feito pelos meus antecessores em prol da população de Sorocaba e região”, enfatiza Marco Aurélio.

Sobre o dia a dia administrativo do Cruzeiro do Sul, o presidente do Conselho Superior, afirma que “os esforços estão focados em aprimorar nossos canais digitais, manter-nos como referência em fonte de informações confiáveis e continuar aumentando nossa sinergia com a rádio Cruzeiro FM 92,3. Além disso, a Diretoria da FUA está muito empenhada em melhorar as instalações das duas unidades do Colégio Politécnico, bem como manter e aprimorar nossa qualidade pedagógica e o bem-estar de nossos alunos”.

Marco Aurélio lembra que os jornais, no mundo todo, vêm enfrentando um grande desafio para manter os leitores e a viabilidade do impresso, gerar renda e aumentar a relevância nos canais digitais, combatendo as fake news e despertando nos jovens o hábito da leitura de conteúdo útil e assim aumentar a circulação, tudo isso com orçamentos bem menores do que no período pré-pandemia. É um desafio enorme, mas o Cruzeiro do Sul vem fazendo a lição de casa, se adequando aos novos tempos sem abrir mão de suas crenças e valores.

Uma das preocupações da direção do jornal é manter uma das razões da existência do Cruzeiro do Sul: o investimento em educação. “É a única maneira de construirmos um país melhor para as futuras gerações. Infelizmente, ao meu ver, temos assistido a uma piora considerável no sistema público de ensino em várias localidades do Brasil. Acho de extrema importância mantermos qualquer iniciativa que traga cultura e educação às crianças”.

Nesse sentido, a Diretoria da FUA investe muita energia para manter o suplemento infantojuvenil do jornal. “O Cruzeirinho é, muitas vezes, a porta de entrada para o mundo da leitura e a partir dele muitas crianças criam o hábito de ler”.

Marco Aurélio é enfático ao afirmar que o futuro do jornal Cruzeiro do Sul e da FUA é manter a luta incessante pela informação confiável, pela educação, pela cultura e pela família. “Todos os recursos que temos à disposição continuarão a ser utilizados para essas finalidades para buscarmos um país mais justo e perfeito”. Para o presidente do Conselho Superior, o empenho de toda a Diretoria é fundamental para manter intacta a missão do Cruzeiro do Sul. “Gostaria de agradecer a Diretoria Administrativa por todo empenho dedicado ao nosso jornal e à nossa escola e a todos os conselheiros pelo apoio dado a essa administração”, conclui Marco Aurélio.

Um dos 21 instituidores

Com 92 anos, completados em 30 de março, Laelso Rodrigues é um dos 21 integrantes da Loja Maçônica Perseverança III que adquiriram o jornal Cruzeiro do Sul, em 1963. Ele é o único instituidor vivo e ainda dedica, diariamente, grande parte do seus dias para fazer o jornal acontecer.

Sobre o 12 de junho, Laelso disse: “Hoje o jornal Cruzeiro do Sul completa 121 anos de vida ativa e informando diariamente as notícias de Sorocaba e região. Eu, particularmente, por ter sido um dos 21 homens que adquiriram as ações do jornal no ano de 1963, e doamos as ações para que fosse possível a criação da Fundação Ubaldino do Amaral, e, assim, dar continuidade, por meio do jornal Cruzeiro do Sul, a missão de bem informar, diariamente, a população da nossa cidade e, também, trabalhar para melhorar cada vez mais a educação da nossa população”. (Aldo Fogaça)