A audiência pública realizada ontem (5) na Câmara de Sorocaba para discutir a possível instalação de clínicas para dependentes químicos no Jardim Santa Rosália ou em outra parte da cidade não teve uma definição. No entanto, em entrevista à Cruzeiro FM 92,3, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) afirmou que as residências terapêuticas não serão implementadas no bairro. De acordo com o chefe do Executivo, “as clínicas de reabilitação devem ser instaladas próximas de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Centros de Referência em Assistência Social (Cras)”. Ele disse também que um ofício foi enviado ao governo estadual com opções para definição do novo local.

A proposta de instalar clínicas de reabilitação no Santa Rosália ganhou repercussão depois que moradores perceberam uma movimentação no bairro, há cerca de quatro meses, em quatro imóveis. Reformas com funcionários que vestiam o mesmo uniforme tiveram início de forma simultânea nesses locais. Ao serem questionados por moradores, os trabalhadores informaram sobre a finalidade.

Em maio, o caso foi noticiado pelo Cruzeiro do Sul. Os moradores disseram que o aumento na movimentação de pessoas impactaria a segurança do bairro. Na ocasião, a Prefeitura de Sorocaba informou que existe um programa voltado à recuperação de dependentes químicos conduzido pelo Estado mediante convênio com o município.

Ontem (5), durante a audiência pública, a Secretaria de Cidadania informou que medidas têm sido tomadas para reverter a instalação das unidades terapêuticas no bairro e pediu a confiança dos moradores. Conforme a assessoria de imprensa da Câmara, a pasta declarou que está aguardando um retorno jurídico da Procuradoria-Geral do Estado em relação à manifestação protocolada pelo município na última terça-feira (4). Sobre uma conclusão de quando será confirmado que o Santa Rosália não receberá as residências terapêuticas, os moradores foram avisados de que existe um prazo de 20 dias após a entrega dos documentos da prefeitura, ou seja, até o final de junho, para a Procuradoria-Geral do Estado apresentar uma resposta.

Em reportagem publicada em maio, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social respondeu que a instalação das clínicas foi uma solicitação da Prefeitura de Sorocaba e, após o pedido, foram iniciados trâmites burocráticos para “desenvolver uma metodologia inovadora, totalmente disruptiva que atende a partir de pequenos grupos, gratuitamente, com inserção na escola, cursos de capacitação, trabalho e educação financeira com o objetivo de recuperação dos danos causados pelo uso nocivo de drogas”. O investimento para o projeto é de aproximadamente R$ 800 mil.

Na terça-feira (4), novamente questionada, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social comunicou que confirma a informação já passada anteriormente e que mantém diálogos com a Prefeitura. (Da Redação)