Há pouco mais de um ano, Lara Carvalho Encarnação, de 42 anos, foi até o médico para fazer alguns exames. Os resultados não foram muito animadores e a empresária foi orientada a praticar mais atividades físicas. Ela começou a correr e cerca de três meses depois, também com mudanças na alimentação, os exames foram normalizados.

Em agosto, outra surpresa. Lara fez uma mamografia e descobriu um câncer de mama. Ela passou por cirurgia e a recuperação foi mais rápida do que ela esperava. “A corrida me ajudou muito. A corrida traz saúde, não só física, mas também mental, e isso me ajudou nesse processo, porque não é um processo fácil. Eu fiz a cirurgia no começo de outubro, precisei retirar uma mama, e tive um pós-operatório fantástico. Em 20, 30 dias, já estava fazendo caminhadas e, em 40 dias, eu já tinha voltado a correr”, declara Lara.

Atualmente, a empresária treina nos parques duas vezes na semana e, aos sábados, faz um percurso pela cidade, acompanhada de uma assessoria esportiva. Ela também participa de provas, como a Planeta Run Series, que aconteceu na noite do último dia 4, no Parque das Águas, e a tradicional Pink do Bem, que acontece todo ano em outubro, dedicada à conscientização do câncer de mama.

Agora, Lara prepara-se para correr uma meia maratona em junho, na capital. “A corrida hoje é uma superação de vida, uma superação pessoal. Eu tenho certeza de que ela foi fundamental para eu passar por todo esse processo, porque é um conjunto de coisas, e você acaba cuidando mais da alimentação. Desde então, eu não parei mais, estou evoluindo, treinando e hoje não quero parar”.

O professor de educação física e proprietário de uma assessoria esportiva, Fábio Oliveira, explica que a corrida traz diversos benefícios, físicos e mentais, para a saúde. “Você vai ter os níveis de colesterol, de triglicérides, diminuídos, gordura corporal diminuída, isso, lógico, acompanhado de uma boa alimentação, mas no geral é isso. Você vai começar a ganhar mais força em articulações e músculos, você vai ter mais energia no dia a dia. E outra, a corrida é um desafio, e tudo que te desafia melhora a sua percepção do esforço”, ressalta.

Sérgio Galvão, de 64 anos, começou a correr aos 62. O aposentado estava com sobrepeso. A princípio, o objetivo da atividade foi emagrecer, hoje, a corrida virou uma paixão. “Tenho mais disposição, mais ânimo, perdi peso, consigo viajar, andar, fazer tudo o que tem de fazer sem aquele cansaço excessivo, tudo está melhor”, destaca.

Já Ângela Morikawa, de 45 anos, corre desde 2018. Inspirando-se em outras pessoas, decidiu entrar para um grupo de corrida. Hoje, mesmo estudando, ela sempre encontra um tempinho para fazer a atividade. “Eu sempre falo que para mim é uma terapia. Estou estressada, vou correr, estou feliz, vou correr. Tudo! Serve para tudo!”, diz a comerciante.

Agora, ela incentiva o esposo, que segue os mesmos passos. “Eu estou tentando trazê-lo. Tem um ano já que ele está correndo. Vamos ver, espero que ele continue”.

Pode ser na rua, em um parque, na pista de caminhada ou em academia. Para o aposentado Sérgio Galvão, o importante é não ficar parado. “Só vai, não consegue correr, anda, não pode pensar muito. É sempre difícil sair da cama, mas é legal sair. O importante é se movimentar”.