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Tradição

Depois de 10 dias de viagem, tropeiros chegam a Sorocaba

Amanhã (26) os tropeiros participam do tradicional desfile, a partir das 9h. Os cavaleiros, amazonas e muladeiros sairão do Clube União Recreativo Campestre, no Jardim Guadalajara e percorrerão cerca de 12 km

25 de Maio de 2024 às 18:40
Thaís Marcolino [email protected]
Cavaleiros e amazonas viajaram por 10 dias antes de chegarem à Sorocaba
Cavaleiros e amazonas viajaram por 10 dias antes de chegarem à Sorocaba (Crédito: Thaís Marcolino)

Depois de 10 dias na estrada, a Tropeada Paulista chegou a Sorocaba hoje (25) à tarde. O grupo, com 147 tropeiros e amazonas percorreu 256 quilômetros desde a saída de Itararé. O trajeto é o mesmo de antigamente, na qual os tropeiros saíam de Viamão (RS) com destino à Feira de Muares, em Sorocaba.

Mesmo sendo realizado anualmente, algumas adversidades fazem parte do caminho. Agora, o clima foi um detalhe importante. “Calor, poeira, frio pesou mais esse ano. Tudo isso interfere na saúde. Tem várias pessoas aqui a base de remédio”, comentou Oraílson Pereira da Silva, turismólogo e coordenador da tropeada paulista.

Antes de chegar a Sorocaba, os tropeiros passaram por Itaberá, Itapeva, Taquarivaí, Buri, Itapetininga, Capela do Alto, Alambari, Araçoiaba da Serra e Iperó. “Refazemos esse caminho com o intuito de resgatar a história, preservar as tradições, a memória do tropeiro e fomentar o turismo rural, regional da nossa região e a cultura. Temos a gastronomia tropeira, as danças, o folclore, a música e isso que é mais importante, a integração das cidades da nossa região”, complementou Silva, de 53 anos.

Assim que chegaram à cidade, a primeira parada foi no Largo do Divino para a benção. No local, uma breve cerimônia presidida pelo diácono da paróquia do Divino Espírito Santo, Roberto de Marco Sampaio. “É rápida, mas é importante, porque coloca Deus na caminhada deles. Passar por aqui é como renovar a fé e a benção e também recarregar as energias”, explicou o religioso.

O pároco leu trechos da bíblia, desejou bençãos tanto para os tropeiros quanto os animais e, antes de seguirem o trajeto, Roberto aspergiu proteção a eles.

Uma família

Em seguida, o grupo foi para o Clube União Recreativo Campestre, no Jardim Guadalajara, onde passaram a noite. Além de comidas típicas, a resenha é garantida. Alex Gomes, de 45 anos, começou a participar da tropeada em 2005 e adora. “Está no sangue. As amizades que a gente adquire no trajeto é uma coisa que não tem explicação. É uma coisa maravilhosa, é muito bom mesmo. A gente se torna uma verdadeira família”, opinou o aposentado que mora em Vinhedo, no interior do Estado.

Já para o seu José Rodrigues de Oliveira, a tropeada desse ano é ainda mais significativa. Na semana em que a viagem começaria, o aposentado de 73 anos perdeu o pai, que ensinou a ele a paixão pela cavalgada e o tropeirismo. “Estar aqui é emocionante também por ele”, disse emocionado. Oliveira mora em Iperó e saiu da cidade junto de cinco cavaleiros com destino a Itararé, acompanhando o grupo até a chegada em Sorocaba.

Programação continua

Amanhã (26) os tropeiros participam do tradicional desfile, a partir das 9h. Os cavaleiros, amazonas e muladeiros sairão do Clube União Recreativo Campestre, no Jardim Guadalajara e percorrerão cerca de 12 km.

O grupo caminhará pelas vias de Sorocaba, até chegar à avenida São Paulo, em frente ao Monumento ao Tropeiro para a tradicional benção. Em seguida, os tropa vai até o Parque das Águas, no Jardim Abaeté. No local, uma recepção com direito à atrações culturais, como apresentação da Orquestra de Viola “Zé Franco”, além de exposições, entre outras.

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