O combate ao tráfico de drogas, à pornografia infantil e ao desvio de recursos públicos federais continuam sendo focos da Polícia Federal (PF) de Sorocaba, que tem Eduardo Fontes como novo delegado-chefe. No cargo desde abril, Fontes será oficialmente apresentado em solenidade marcada para o dia 7 de junho.

Ao Cruzeiro do Sul, o titular da Polícia Federal falou de seus planos para Sorocaba e região.

Entre eles, está uma nova sede. O prédio atual, localizado no Jardim Nova Manchester, é usado pelos agentes desde 2008 e possui algumas limitações, como a dificuldade em alocar os caminhões apreendidos no pátio. A previsão é de que a nova delegacia seja construída nos próximos três anos, mais moderna e de acordo com o padrão da PF na região da avenida Adolfo Massaglia.

“A nova unidade também traz um ganho para a população, que será atendida com melhores condições”, destaca Fontes. “É um sonho para se concretizar. Por enquanto, todos os prazos estão sendo cumpridos e a verba já está disponível”.

O novo delegado-chefe ainda prevê, para os próximos 60 dias, a instalação de mais um posto de emissão de passaporte, desta vez localizado no Aeroporto Estadual de Sorocaba — Bertram Luiz Leupolz. “Nós já temos um ponto de emissão e confecção de passaporte no Shopping Iguatemi, porém esse novo posto poderá atender melhor as pessoas da zona norte da cidade. Nós queremos reduzir o tempo de espera para o agendamento, que está girando em torno de 10 dias, apesar de já ser um tempo bom, a nossa meta é diminuir para cinco dias”, disse.

Desafios

O Departamento da Polícia Federal de Sorocaba é responsável por 47 municípios e os desafios são muitos. Um exemplo é o tráfico de drogas, um dos crimes mais frequentes da região em razão da logística rodoviária.

“As rodovias, como Castello e Raposo, se tornaram rotas para o tráfico de drogas, descaminho e contrabando. Nós temos visto muitos casos, principalmente de ‘mulas’, isto é, de pessoas que transportam entorpecentes em seus corpos”, disse o delegado. “As ‘mulas’ precisam, de fato, ser punidas, mas precisamos atingir quem realmente está ganhando com isso, os grandes líderes e organizações criminosas que se dedicam ao tráfico de drogas”.

O desvio de recursos públicos federais também é outro grande problema citado por Fontes. “Muitas vezes são provas documentais que precisamos, quebra de sigilo, até mesmo receber o material para fazer uma análise, então demanda um certo tempo para produzirmos a prova e comprovarmos que existe, de fato, a fraude”, explica Fontes.

O delegado também falou sobre uma nova forma de atuação das organizações criminosas, as fraudes eletrônicas. Em razão de recursos e facilidade, muitos estão migrando de furto e assaltos para golpes bancários.

O trabalho análogo à escravidão também preocupa, assim como a pornografia infantil. “Somos uma das unidades que mais realiza esse tipo de flagrante, e muitas vezes encontramos até quem praticou o abuso sexual. Estamos no mês de maio e já temos oito prisões, uma média de dois presos por mês”, informou o titular.

A Polícia Federal é responsável pela Polícia Judiciária Eleitoral e pelas investigações eleitorais. “É uma das nossas prioridades, atuar com máxima imparcialidade para as eleições ocorrerem da melhor forma possível e democrática”, conta o delegado. “É claro que não vamos conseguir estar em todos os pontos e, portanto, contamos com o auxílio da Polícia Civil”.

Eduardo Fontes

Essa é a terceira passagem de Eduardo Fontes pelo Departamento da Polícia Federal de Sorocaba. Ele já ocupou o cargo de Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado e Superintendente da Polícia Federal no Amazonas, bem como Delegado Regional da Superintendência Regional de São Paulo. Ele ainda dedica parte do seu tempo à vida acadêmica, por meio de aulas e publicações de livros sobre sua área.