Repelentes naturais
Aumenta procura por plantas que afastam o mosquito da dengue
Empresários dizem que está difícil conseguir alecrim, citronela, crotalária, lavanda, manjericão, malmequer, malva cheirosa
Com o aumento na procura por plantas repelentes para afastar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, floriculturas de Sorocaba enfrentaram dificuldade para encontrar as espécies no mercado. Empresários dizem que está difícil conseguir alecrim, citronela, crotalária, lavanda, manjericão, malmequer, malva cheirosa e outras espécies usadas para essa finalidade tanto com fornecedores locais quanto com grandes produtores do Brasil.
No dia 3 de maio, quando o Cruzeiro do Sul esteve em uma floricultura no Jardim Vera Cruz, a busca pelas plantas havia crescido entre 10% e 15%. Agora, a alta chega a 70%, segundo o proprietário, Gerson Ferreira da Rocha Junior, de 35 anos. Na primeira vez em que a reportagem foi à loja, devido à escalada nas vendas, a loja tinha apenas poucas mudas de alecrim.
Na sexta-feira (17), vários alecrins, lavandas e citronelas estavam à disposição dos clientes, graças à insistência de Rocha Junior para achar as espécies. Ele conta que, antes, o estoque delas era reposto uma vez por mês ou a cada 40 dias; ultimamente, compras são feitas toda semana. Com essa demanda crescente, os produtos começaram a faltar no mercado. De acordo com o empresário, às vezes, eles estão indisponíveis na região de Sorocaba e até na cidade de Holambra, no interior de São Paulo, a maior produtora de flores do país. “O Brasil inteiro consome ali. Tenho o privilégio de estar próximo, só que eu estou competindo com outros revendedores desse segmento”, diz ele, sobre o motivo da falta. “Já há uma escassez no mercado.”
Segundo Rocha Junior, anteriormente, como a beleza não é um atrativo dessas plantas aromáticas e hortaliças, os clientes optavam pelas ornamentais em vez delas. Agora, embora as mais bonitas ainda sejam as mais vendidas, com o surto de dengue, as espécies repelentes vêm ganhando, cada vez mais, a preferência das pessoas. “O pessoal não está só buscando beleza; está buscando a consequência de uma planta aromática, que é a questão de repelir mosquitos e outros invasores”, fala.
Em razão da elevação de 30% nas vendas, Iolanda Dogen Tashiro, de 61 anos, dona de um box na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) de Sorocaba, também recorre a estratégias para não ficar sem as plantas. Quando os seus fornecedores regulares não têm as mercadorias, ela pede para eles indicarem outros. Já se os produtores possuem pouca quantidade, compra mesmo assim, por menor que seja o número de mudas disponíveis. Isso porque, adquirindo um pouco de cada um, consegue formar uma reserva boa.
De acordo com Iolanda, é comum moradores de municípios da região irem à Ceagesp após não encontrarem as mudas onde moram. Ela já atendeu, por exemplo, a munícipes de Itapeva e Tatuí. Por isso, pensando, principalmente, nesse público, a lojista empenha-se para manter a sua floricultura sempre abastecida. “As pessoas vêm de longe para procurar. Então, se não tem, elas ficam chateadas”, comenta. Porém, essa nem sempre é uma tarefa fácil. Nessa semana, faltou citronela, a mais procurada. Na sexta-feira (17), a espécie já estava disponível, assim como alecrim, lavanda e malva cheirosa. Outras, entretanto, a exemplo de crotalária e manjericão, seguiam fora das prateleiras.
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