Em um momento de necessidade, a solidariedade pode fazer toda a diferença. Foi com esse espírito que a Oficina da Costura, de Sorocaba, uma tradicional escola de costura e assistência técnica para máquinas, lançou uma iniciativa para ajudar as vítimas do desastre climático no Rio Grande do Sul. A ação reúne um grupo de clientes, alunas e costureiras voluntárias que estão produzindo peças de frio, o conhecido poncho, para serem enviados aos gaúchos desabrigados.

A empresária Karin Benestante Nunes, de 44 anos, conta como surgiu a ideia: “Surgiu quando uma aluna tomou uma iniciativa própria de costurar ponchos e enviar para o Rio Grande do Sul, ela me contou, decidi fornecer o espaço que dou aulas para a produção”. A aluna é Sandra Maria Godoy, que também é psicóloga. “Eu fui à loja para comprar 20 metros de tecido para a produção. A atendente gostou da ideia e me deu mais 5 metros de brinde. Cheguei à oficina empolgada e contei a experiência que tive na loja”, disse Sandra.

A ação começou na sexta-feira (10). A empresária contou que a resposta foi imediata e calorosa, e que todos abraçaram a ideia. “Em pouco tempo, as pessoas e lojas se organizaram e começaram a doar, ou fazer transferências de dinheiro, e esse dinheiro era convertido em tecido para a produção”. No primeiro dia da ação foram confeccionados mais de 170 ponchos, evidenciando a dedicação e o empenho do pessoal da oficina. “Esses ponchos são feitos com muito amor e, assim que as pessoas do sul receberem, esperamos que elas sintam-se abraçadas”, disse Karin.

A Oficina da Costura forneceu o espaço e as máquinas, o que viabiliza a produção de 100 ponchos por dia. As alunas da oficina fazem o contato para combinar o envio das peças. “Estamos esperando um volume bom de peças para mandar. Os ponchos são enviados por aviões ou caminhões de empresários que também estão ajudando o Rio Grande do Sul”, explicou Karin.

Ontem (14), marcou o terceiro dia da atitude solidária, ‘‘Eu só tinha 20 metros, e olha como nós já estamos’’, disse Sandra. As lojas de Sorocaba estão se mobilizando com a atitude e fornecendo tecidos e doações. ‘‘Nós usamos todo o tecido, não tem desperdício por aqui, ou vira uma touca, ou a gente inventa algo’’, conta Karin.

O grupo trabalha de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 9h às 12h. Há a existência de um grupo de WhatsApp, o mesmo conta com 58 pessoas que fazem parte do mutirão, e são aproximadamente 15 voluntários por dia que ajudam na confecção das peças. A equipe recebe doações, tanto de produtos de higiene e tecidos para a produção. Você pode ajudar entrando em contato pelo telefone (15) 3234-3553, ou no Instagram @oficinadacosturasorocaba.

Enquanto as cheias no Rio Grande do Sul deixam um rastro de destruição, ações como a da Oficina da Costura trazem um pouco de alívio e conforto para as vítimas. A esperança é de que mais iniciativas como essa surjam pelo país, demonstrando que, em momentos de necessidade, a solidariedade e o espírito comunitário são forças poderosas para a reconstrução. (João Frizo, programa de estágio)