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Um é pouco, dois é bom e três é melhor ainda

"Quando os seus planos batem com os planos de Deus, é perfeito", diz vendedora

11 de Maio de 2024 às 21:51
Claudia, com o marido Oiê Viterite e os filhos, afirma que a maternidade é desafiadora
Claudia, com o marido Oiê Viterite e os filhos, afirma que a maternidade é desafiadora (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)

Ser mãe de menino sempre foi o sonho da vendedora interna Claudia D’Onofre de Andrade Viterite, de 49 anos. De tanto torcer e emanar energia positiva, esse desejo se concretizou em 2000, com a chegada de Vitor de Andrade Catto. “Quando os seus planos batem com os planos de Deus, é perfeito”, diz ela.

Após dar à luz seu primeiro filho, Claudia sentiu a alegria pela chegada dele somar-se aos desafios da maternidade. Logo depois de ser mãe, divorciou-se do pai do menino e viu-se sozinha para cuidar dele. Na época, aos 24 anos, levava uma rotina atribulada, trabalhando e estudando para oferecer o melhor ao bebê. Com a vida corrida, a mãe não conseguia participar como queria da criação do filho e culpava-se por isso. “Para cuidar bem dele, eu fui uma mãe ausente, e eu senti falta (de estar presente)”, desabafa.

O cotidiano carregado de funções e autocobranças pela ausência em alguns momentos do crescimento de Vitor tornaram a maternidade de Claudia desafiadora. Algumas vezes, ela chegou, inclusive, a ter sintomas de depressão. “A maternidade, por mais que você tenha rede de apoio, é muito solitária, porque o bebê depende de você. Por mais que você tenha ajuda, o seu bebê quer você, precisa de você, demanda de você”, diz ela. “O bebezinho nasce, é aquela coisa gostosa, todo mundo está preocupado com o bem-estar do bebê. (Ele) comeu? Está bem? Está com cólica? Mas, e aquela mãe?”.

Mesmo com todos os obstáculos, Claudia foi aprendendo a maternar do seu jeito. Mais segura, aos 39 anos, decidiu vivenciar essa experiência outra vez. O objetivo era ser mais presente e viver tudo aquilo que não pôde com o primeiro filho. Depois de se casar com o atual marido, o engenheiro Silvio Viterite Filho, de 45 anos, engravidou novamente. Fruto dessa relação, em 2013, veio ao mundo Henrico de Andrade Viterite.

Com dois meninos, Claudia já havia realizado o seu sonho em dobro e estava feliz. Até que, em 2022, teve uma surpresa. Aos 47 anos, acreditava estar na menopausa e, por isso, considerava não ter mais qualquer chance de engravidar. Porém, o terceiro filho, Dante Viterite, mostrou que ela estava errada.“Eu imaginava qualquer coisa na minha vida, menos que ia ser mãe de novo”, comenta.

Experiência

Ter dado à luz três vezes ajudou Claudia a usar a experiência de uma maternidade para lidar melhor com a outra. O surgimento de diversas fontes de informação entre uma gestação e outra também ajudou nesse processo. Apesar do repertório, segundo ela, as dificuldades da maternidade não desaparecem, pois é um aprendizado constante.

De acordo com Claudia, a parte mais desafiadora da maternidade não é a prática, como prover alimentação e higiene, mas, sim, a abstrata, de auxiliar no desenvolvimento da criança enquanto ser humano. Isso porque, completa a vendedora, educar é uma tarefa complexa. “Mas, aí, quando você vê aquela criança fazendo tudo direitinho, aquele sorriso, aquele olhar, te dá orgulho. Você fala: ‘Puxa vida, vale muito a pena’”, conta, emocionada. “Quando você vê que eles estão crescendo, são pessoas do bem, que estão seguindo o caminho que você orientou, é muito gratificante, não tem amor maior”.

Como se percebe, a mãe não esconde o orgulho de Vitor, de 24 anos, Henrico, 11, e Dante, 1. Devido à felicidade proporcionada pelos três a Claudia, ela não se arrepende, de forma alguma, da maternidade. E não mudaria nada mesmo se pudesse ver antecipadamente os futuros desafios. “Eu faria tudo de novo, sem pestanejar, apesar de todas as dificuldades, que são muitas. É pior do que videogame. Cada fase é uma fase. Vai dificultando. Só que você vai melhorando, aprendendo, crescendo junto, e fica enorme de orgulho de amor”, compara. Para ela, ser mãe a motiva, diariamente, a se tornar uma pessoa melhor não só para os filhos, mas, também, para si mesma. “Hoje, eu consigo ver que preciso me cuidar muito mais, viver muito mais, porque, agora, eu tenho um bebezinho para cuidar”, finaliza.