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Preço da cesta básica voltou a subir em abril

07 de Maio de 2024 às 22:35
Beatriz Falcão [email protected]
Alho (+17,78%) e cebola (14,41%) foram os itens que mais pesaram no bolso do 
sorocabano no mês passado
Alho (+17,78%) e cebola (14,41%) foram os itens que mais pesaram no bolso do sorocabano no mês passado (Crédito: ARQUIVO / JCS)

O preço da cesta básica sorocabana apresentou uma pequena alta de 0,21% no mês de abril, em comparação ao mês anterior. Com o novo aumento, o valor passou de R$ 1.045,47 para R$ 1.047,68 - uma diferença de R$ 2,21. Os dados apresentados são da pesquisa mensal realizada pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso).

O aumento registrado em abril foi o terceiro de 2024 e ocorre logo após a queda de 1,20% computada em março. O ano começou com o encarecimento da cesta básica em 2,17%, seguido de outra alta de 0,78% em fevereiro. No acumulado do ano, o valor subiu 1,96%.

De acordo com o economista e coordenador do estudo, Marcos Canhada, os números obtidos indicam uma tendência de estabilidade nos preços, acompanhando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No mês passado, o indicador de inflação original foi de +0,21%.

A pesquisa analisou 34 itens da cesta básica sorocabana e, desses, 20 produtos apresentaram elevação nos preços. A maior alta foi do alho, com um percentual de 17,78%. Em março, os consumidores pagavam R$ 7,03 por 200 gramas do tempero; em abril, os valores médios nas etiquetas dos mercados alcançaram R$ 8,28. O quilo da cebola também sofreu alterações, com aumento de 14,41%, subindo de R$ 9,09 para R$ 10,40.

“As alterações climáticas têm impactado os itens agrícolas, afetando os preços principalmente a partir de setembro de 2023”, explica Canhada. “Desde então, percebemos impactos significativos em produtos como cebola, alho e batata”.

Um exemplo é Santa Catarina, um dos maiores produtores desses produtos, que teve sua produção afetada devido às chuvas intensas em 2023. Segundo a pesquisa, as altas estão relacionadas à pouca oferta em razão da safra reduzida, que impactam diretamente no preço dos alimentos para o consumidor final.

Produtos de higiene pessoal também tiveram seus preços elevados, como o papel higiênico. O pacote com 16 unidades apresentou um aumento de 8,90%, o valor cresceu de R$ 21,80 para R$ 23,74. “Neste caso, ainda não é possível identificar causas específicas. Eventuais ajustes de estoque nos supermercados podem ter contribuído para a variação nestes itens no mês de abril especificamente”, aponta o economista.

Apesar da elevação do preço da cesta básica sorocabana no mês passado, o valor permanece 0,79% mais baixo em relação ao mesmo período de 2023, representando uma economia de R$ 8,38.

Preços em queda

Entre os 14 produtos que apresentaram redução de preço em abril, o principal é o quilo do feijão, com -5,23%. O valor passou de R$ 8,98 para R$ 8,51. Para Marcos Canhada, a queda representa o bom desempenho da primeira safra do feijão do ano.

“Porém, o feijão é um item suscetível a seguidas alterações devido às questões climáticas e sazonalidades”, ressalta o economista. “Portanto, pode apresentar variações constantes ao longo dos meses”.

Os preços das carnes também ganharam destaque, sendo a segunda baixa consecutiva do ano. O quilo das carnes de “primeira”, que contemplam cortes nobres, apresentaram uma queda de 2,58%, variando de R$ 37,21/kg para R$ 36,31. Já as proteínas consideradas de “segunda”, como acém e fraldinha, tiveram uma baixa de 0,42%.

Segundo o estudo, a diminuição dos preços das carnes pode ser um reflexo do comportamento do consumidor, que prefere proteínas com valores mais acessíveis, como carne suína e frango. A retração da demanda internacional, principalmente na China, também é uma hipótese levantada por Canhada para explicar a queda no custo.