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Estudo e Fé

Seminário voltará a funcionar em prédio histórico

Situado na av. Dr. Eugênio Salerno, local passa por reformas e deve ser reinaugurado em 1º de julho

01 de Maio de 2024 às 22:00
Vanessa Ferranti [email protected]
Seminário Diocesano foi fundado pelo primeiro bispo de Sorocaba, dom José Carlos Aguirre, em 1939
Seminário Diocesano foi fundado pelo primeiro bispo de Sorocaba, dom José Carlos Aguirre, em 1939 (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (26/4/2024))

Após um período de atividades no bairro Aparecidinha, o Seminário Arquidiocesano São Carlos Borromeu voltará a funcionar na avenida Dr. Eugênio Salerno, no Centro de Sorocaba. O prédio histórico, que por décadas serviu como lar espiritual e educacional, está passando por reformas para acolher novamente os sacerdotes em formação. Com a data de inauguração marcada para o dia 1º de julho, a mudança marcará também a comemoração do centenário da Igreja Particular de Sorocaba (4 de julho) — que começou há 100 anos como Diocese e, atualmente, é a Arquidiocese de Sorocaba.

O Seminário Diocesano foi fundado pelo primeiro bispo de Sorocaba, dom José Carlos Aguirre, em 1939. Segundo informações disponibilizadas na Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o terreno para a construção foi doado por Frank Speers, em 1929. Já a obra foi finalizada em 8 de dezembro de 1954.

Conforme o arcebispo de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine, o Seminário foi construído com o objetivo de servir a várias dioceses, inclusive, durante um período, o local recebia seminaristas não somente de Sorocaba, mas sim de toda a província eclesiástica. No entanto, devido ao baixo número de vocações, o seminário foi fechado nessa área, e o prédio, alugado para outras finalidades. O espaço já abrigou a Universidade de Sorocaba (Uniso) e órgãos da Prefeitura. Atualmente, a Cúria Metropolitana e o Tribunal Eclesiástico Interdiocesano da Arquidiocese estão instalados no local.

“O nosso desejo é, ao trazer os seminaristas para cá, dar outra finalidade àquela construção”, conta dom Julio, referindo-se ao prédio do Aparecidinha, onde hoje funciona o seminário. “Nós temos a necessidade de estruturas para fazer encontros, retiros, então, provavelmente, vamos fazer daquela casa uma casa de encontros e retiros para a Arquidiocese”, complementa.

Para fazer a mudança da sede, o prédio localizado no Centro, que tem a fachada tombada como patrimônio histórico, passa por diversas reformas. Antigamente, no local, havia apenas dois grandes dormitórios. Agora, o espaço contará com 50 quartos, com banheiro, individuais. Outras mudanças também são realizadas, como a implantação de enfermarias, espaço gourmet, espaço de mídias sociais, elevador e placas fotovoltaicas para a geração de energia solar. No local, funcionará também o Instituto e a Faculdade de Teologia. O espaço abrigará, ainda, a residência do arcebispo e o lar sacerdotal para padres idosos, doentes ou que precisam de habitação.

“Vamos concentrar tudo aqui. Vamos aproveitar bem o espaço e é um espaço bom, bonito, no centro da cidade, então, queremos trazer mais, que seja um ponto de convergência, mas, também, de irradiação, no sentido de que a gente converge tudo para cá, mas daqui também facilita muito mais a irradiação da nossa ação evangelizadora”, informa dom Julio Akamine.

Seminários

O arcebispo de Sorocaba explica que os seminários surgiram após o Concílio de Trento — assembleias do clero católico que ocorreram entre os anos de 1545 e 1563 e formulou os princípios da reforma da Igreja Católica. Na ocasião, os líderes da igreja reuniram-se para reafirmar as crenças e tomar decisões como reação à Reforma Protestante.

“Até Trento, não havia uma estrutura dedicada à formação sacerdotal, os padres eram formados de uma maneira, às vezes, meio improvisada em contato com os padres, com os bispos, mas não havia uma instituição da igreja com um programa específico de formação, responsáveis pela formação e também como uma casa própria — isso que chamamos de seminário”, diz dom Julio.

O arcebispo relembra também que São Carlos Borromeu foi fundador de grandes seminários e o grande incentivador do Concílio de Trento, por isso, o prédio sorocabano leva o nome do antigo arcebispo cardeal de Milão. “Nada mais justo que colocar o nome de São Carlos Borromeu para o seminário. Não é só uma homenagem ao nome, é também um programa, indica uma direção que foi dada para o trabalho ser realizado no seminário, ou seja, assim como São Carlos Borromeu, nos empenharmos para a aplicação da reforma conciliar”, declara.

Atualmente, 18 seminaristas estão em formação no Seminário de Sorocaba e mais cinco estão no propedêutico — etapa que antecede a introdução ao seminário. Para seguir a vocação, o arcebispo explica que os futuros sacerdotes passam por três formações. Em um primeiro momento, os rapazes participam de convívios educacionais, com encontros mensais em que ocorrem atividades de preparação. Os que são admitidos entram no propedêutico, onde passam um ano tendo reforço escolar, acompanhamento pessoal, espiritual, psicológico, além de introdução à vida de oração. E, por fim, ingressam na próxima etapa, que é o seminário.

“Seguindo o bom exemplo de São Carlos Borromeu, queremos formar aqui padres, sacerdotes, que levem adiante a renovação pedida, a renovação propugnada pelo Concílio Vaticano II, que ainda não deu todos os seus frutos, ainda pode dar muitos outros frutos, é o que a gente deseja”, finaliza o arcebispo de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine.

 

 

 

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