Economistas explicam
Metalurgia tem expansão recorde na região de Sorocaba
Crescimento atingiu 3,5 pontos percentuais entre 2007 e 2021; Alumínio, Araçariguama e Salto se destacam no ranking estadual
A Região Administrativa (RA) de Sorocaba cresceu de 11,9% para 15,4% — o equivalente a 3,5 pontos percentuais — em um período de 14 anos, de 2007 a 2021, no segmento de metalurgia. É o que mostra um estudo divulgado esta semana pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) sobre a transformação industrial dos municípios e regiões do Estado de São Paulo. Em contrapartida, a RA de São Paulo caiu de 41,7% para 32,1%, no mesmo período. As metalúrgicas são consideradas indústrias estratégicas de base, uma vez que fornecem materiais para diversos segmentos, como construção civil e maquinários.
O economista e professor Geraldo Almeida explica que houve um processo chamado de “interiorização” das indústrias. “Se tornou muito caro manter uma fábrica em São Paulo com o passar do tempo, conforme o crescimento da cidade. Hoje, ela se caracteriza muito mais pela prestação de serviço”.
Na Região Administrativa de Sorocaba, os municípios que se destacaram no segmento de metalurgia são Alumínio, Araçariguama e Salto. Essas cidades ocupam, respectivamente, o segundo, nono e décimo lugar no ranking geral, que inclui 97 municípios.
“Em Alumínio, o setor metalúrgico está muito consolidado. Já Salto, há alguns anos, vem recebendo novas instalações”, explica Almeida. Em 2011, a cidade ocupava o 31º lugar no ranking, 21 posições abaixo do que em 2021. “O município, além da questão financeira, tem uma vantagem logística devido às rodovias”, ressalta o economista. No caso de Araçariguama, uma unidade da empresa Gerdau, produtora de canos longos de aço, está instalada há 14 anos e é responsável por fomentar o segmento na cidade.
O estudo do Seade também detalha o desempenho da metalurgia paulista a partir de outras informações, entre elas, a de empregos formais. Em 2007, cerca de 84,3 mil profissionais estavam empregados no setor, mas em 2021 o número caiu para 53,1 mil. “Nesse período, muitos processos foram automatizados e muitas fábricas se modernizaram”, explica o economista.
Na primeira posição do ranking, está o município de Pindamonhangaba, que aloca as principais empresas do ramo. As regiões administrativas de Campinas e de São José dos Campos também tiveram destaques positivos, com um aumento de 5,8 e 9,2 pontos percentuais, respectivamente.
Sorocaba
Quando o assunto é metalurgia, Sorocaba teve uma queda no seu desempenho de 48,17% - em 2011 ocupava o 17º lugar na lista, e em 2021 o 30º posto. Contudo, segundo o economista Flávio Fávero, devemos olhar para a natureza do município, isto é, no setor em que ele mais se destaca.
“Sorocaba não tem foco na área metalúrgica, muito pelo contrário, é um consumidor”, esclarece o especialista. “A cidade recebe peças para indústria automobilística e no setor de tecnologia”, acrescenta, Fávero.
No segmento de veículos automotores, Sorocaba ocupa o segundo lugar, com um crescimento de 77,57%. Fávero cita como exemplo a fábrica da Toyota, que anunciou no início de março deste ano, um investimento bilionário na região. Em equipamentos de informática, a cidade também teve um saldo positivo de 73,54%.
“Também precisamos considerar que a pesquisa analisa um período extenso”, acrescenta o economista. “Além da peculiaridade da pandemia, nos anos de 2020 e 2021, que, com certeza, causou uma queda industrial”, finaliza.
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