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Aumento de casos de dengue causa demora no atendimento

25 de Abril de 2024 às 22:53
Thaís Marcolino [email protected]
Com alta demanda, pacientes esperam o atendimento do lado de fora da unidade
Com alta demanda, pacientes esperam o atendimento do lado de fora da unidade (Crédito: THAIS MARCOLINO (24/4/2024))

“Estou com o meu filho aqui há uma hora e só fomos chamados, até agora, para a triagem. Mas na semana passada, fiquei 12 horas aguardando atendimento para mim e o que mais demorou foi o exame de sangue”. O relato é do tapeceiro Anderson Junior Lopes do Santo, enquanto esperava o atendimento médico para o filho de oito anos, na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Leste, na noite de quarta-feira (24).

O depoimento de Santo é apenas um em meio a tantas pessoas que buscam atendimento devido aos sintomas da dengue nos hospitais de Sorocaba, sejam eles públicos ou privados. A reportagem do Cruzeiro do Sul foi até a UPH da avenida Nogueira Padilha e ouviu queixas referente à demora. Por volta das 19h30, os assentos estavam todos ocupados, levando vários pacientes a aguardar em pé ou encostados na parede do lado de fora.

Na unidade, conforme a Secretaria de Saúde (SES), nos primeiros quatro meses do ano, 2.847 pacientes foram atendidos com sintomas de dengue. Cerca de 711 acolhimentos por mês. Mas, apesar do grande volume de pessoas com sintomas da doença, a unidade atende todas as enfermidades. A média diária de atendimento é de 600.

A dona de casa Meire Sewaibryke de Medeiros, de 52 anos, fazia parte das pessoas que esperavam por atendimento geral, ou seja, ela não apresentava sintomas de dengue. Ela aguardava há mais de duas horas uma carta para que o filho pudesse fazer uma cirurgia no ouvido no Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Meire disse que frequenta a unidade de saúde há muito tempo e notou que não há uma separação dos pacientes, “ficando tudo junto e misturado”. “Nem sempre tem lugar para sentar, tem gente esperando há horas, como eu”, desabafou.

Mas a alta demanda não é só na UPH Leste. Em conversa com alguns pacientes que aguardavam o chamado da equipe médica, a reportagem encontrou um morador da Zona Industrial, que preferiu não se identificar. Ele relatou que está há vários dias com dor no corpo e na cabeça, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (Éden), mas nas quatro vezes recebeu o diagnóstico de virose e os remédios não fizeram efeito. “Tomei todos os remédios e não adiantou nada. Continuo com os sintomas de dengue e acho que é isso mesmo. Como ouvi bem daqui, um familiar me trouxe até aqui para tentar fazer o exame pelo menos”, contou.

Unidades sentinelas

Como tentativa de desafogar as UPHs e UPAs e também oferecer uma alternativa durante o dia, a Prefeitura criou, em 8 de abril, as unidades sentinelas. São elas: Fiori, Hortência e Simus. Além das 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), essas três atendem exclusivamente pessoas com sintomas de dengue, das 8h às 18h.

Apesar dos materiais informativos divulgados nas redes sociais e pessoalmente, há quem ainda não tenha conhecimento da alternativa. “Não estava sabendo dessas três UBSs, por isso venho sempre na UPH, também por ser mais perto de casa. Mas, agora, se precisar novamente, já sei aonde ir durante o dia”, disse Anderson.

Por meio de nota, a SES informou que “somente em abril, até o momento, as UBSs sentinelas somam mais de 3 mil atendimentos, auxiliando na descentralização das unidades de urgência e emergência”.

A Secretaria disse, ainda, que com o novo atendimento, houve ampliação do espaço para hidratação e agora com realização de coleta de exame (hemograma) até as 14h. Antes, só era possível fazer o exame em unidades de urgência e emergência (UPHs, UPA e PA).

O atendimento dos pacientes do grupo A (com sintomas de dengue, sem sinais de alarme e comorbidades) permanece nas 33 UBSs da cidade das 8h às 16h. Já as três unidades sentinelas têm como atendimento, preferencialmente, os pacientes classificados como grupo B (com comorbidades e manchas vermelhas/prova do laço positiva).

Respostas

A reportagem questionou a Prefeitura de Sorocaba e a Santa Casa — gestora da UPH Leste e UPA Éden — sobre os problemas relatados pelos pacientes. Em nota conjunta, foi esclarecido apenas sobre o funcionamento das unidades sentinelas e o volume de pacientes.

 

 

 

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