O Conselho Municipal da Pessoa Idosa (CMPI) de Sorocaba tem realizado ações para tentar aumentar a proteção desse público. A entidade pretende oferecer cursos de tecnologia às pessoas com mais de 60 anos de idade, com o objetivo de evitar que eles caiam em golpes. Apresentará, ainda, propostas de projetos de lei à Prefeitura que contribuam para reduzir os diversos tipos de violência contra essas pessoas.

Para Cláudia Rosa, presidente do CMPI, com o aumento da população idosa, o desenvolvimento de iniciativas voltadas especificamente aos mais velhos é essencial para proporcionar-lhes uma velhice serena. Por isso, segundo ela, o conselho pretende efetuar vários trabalhos voltados à qualidade de vida e saúde preventiva, como o incentivo à prática de exercícios físicos. A intenção é evitar, também, o adoecimento dos idosos.

Com as transformações tecnológicas, outras frentes de atuação, a exemplo de ensinar esse público a lidar com as nova tecnologias, também passaram a ser necessárias. De acordo com Cláudia, recursos digitais podem ser arriscados para idosos, pois muitos não sabem usá-los. Com isso, criminosos se aproveitam dessa falta de conhecimento para aplicar golpes.

Sabendo dessa fragilidade, o CMPI pretende organizar cursos nos bairros da cidade, visando familiarizá-los com as novas ferramentas. Conforme a presidente da entidade, as aulas vão abordar diversos conteúdo diretamente relacionados às necessidades cotidianas dessa população. “Eles vão aprender desde como baixar o aplicativo do banco, como saber qual é a data que tem de atualizar a sua conta, atualizar a comprovação de vida, como ver quando vai vencer o cartão, mandar e receber e-mail, descobrir quando uma propaganda é golpe ou não”, exemplificou.

Ainda, segundo Cláudia, os ensinamentos vão contribuir para evitar que as pessoas mais velhas sejam vítimas de fraudes digitais, tanto quanto ao pedirem ajuda a pessoas mal intencionadas. Isso porque eles ganharão autonomia para efetuar atividades bancárias sozinhos, por exemplo.

Focado em garantir a adesão às ações, o conselho quer levar os cursos diretamente aos idosos, em ambientes onde eles estão, de acordo com a representante da entidade. Para tanto, as atividades devem ocorrer em locais como Centro de Referência de Assistência Social (Cras), associações de bairro e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), dentre outros. Cláudia acredita que o edital para a realização dos cursos deve ser publicado ainda nesta semana.

Projetos de lei

Também para aumentar a segurança dos idosos, o CMPI vem apresentando à Prefeitura projetos para garantir, por meio de leis municipais, o cumprimento de legislações estaduais e federais de prevenção à violência contra esse público. Conforme Cláudia, os idosos sofrem, muitas vezes, violência doméstica, psicológica, financeira e outros tipos dentro da própria casa, por parte de familiares ou pessoas próximas. Porém, completa ela, como as forças de segurança e entidades não presenciam e não tomam conhecimento desses casos, torna-se difícil tomar providências.

Os projetos, conforme Cláudia, vêm justamente para informar a todos quais situações caracterizam abusos contra a pessoa idosa. Dessa forma, terceiros conseguem ajudar as autoridades e instituições a reprimir os crimes. “Quando isso é levado ao conhecimento, às vezes, um vizinho, um sobrinho, um filho, um irmão que percebe (violência contra o idoso), pode coibir, de alguma forma, fazer uma denúncia”, reforçou.