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Manifestação

Campus do IFSP de Salto, São Roque e Sorocaba aderem à greve nacional

A paralisação, iniciada na quarta-feira da semana passada (dia 3), não tem prazo para terminar; servidores do instituto reivindicam melhorias

10 de Abril de 2024 às 14:51
Vinicius Camargo [email protected]
Na porta de entrada do campus de Sorocaba do IFSP, cartazes apresentam as reivindicações dos servidores e informam sobre a greve
Na porta de entrada do campus de Sorocaba do IFSP, cartazes apresentam as reivindicações dos servidores e informam sobre a greve (Crédito: Fábio Rogério (10/04/2024))

Os campus do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) de Salto, São Roque e Sorocaba aderiram à greve nacional. Juntas, as unidades somam 3.562 alunos. A paralisação, iniciada na quarta-feira da semana passada (dia 3), não tem prazo para terminar. Servidores do IFSP reivindicam melhorias.

A categoria cobra reestruturação das carreiras de técnico-administrativo e professores; recomposição salarial de 34,32% para os técnicos e de 22,71% para os docentes; revogação de todas as normas relativas à educação federal aprovadas nos governos de Michel Temer (2016-2018) e de Jair Bolsonaro (2019-2022), além da recomposição do orçamento das unidades.

Em Salto, onde a instituição de ensino tem 1,3 mil alunos, a greve começou no dia 8 de abril. Em nota, a assessoria de imprensa do Instituto Federal informa que, na unidade, dos 70 professores, 39 aderiram à paralisação. Em relação aos técnicos administrativos, apenas oito dos 39 estão participando. Ainda segundo o comunicado, até esta quarta-feira (10), os estudantes não haviam realizado assembleia para decidir se ingressam ou não na manifestação. Todos os setores administrativos continuam a funcionar normalmente, para atender às atividades essenciais.

No campus de São Roque, o protesto ocorre desde o dia 5. Lá, o calendário acadêmico administrativo segue normalmente.“Até o momento, a adesão à greve foi alta; no entanto, alguns docentes e técnicos-administrativos continuam trabalhando normalmente”, diz o IFSP, sem detalhar números. Com isso, 1.316 estudantes não estão tendo todas as aulas.

A paralisação também teve início no dia 8 em Sorocaba. Segundo a instituição, a participação dos servidores é parcial. Na terça-feira (9), alunos dos cursos integrados ao ensino médio decidiram aderir ao movimento grevista. O protesto é apoiado, ainda, pelos estudantes de Pedagogia. O campus tem 946 alunos. “No entanto, queremos assegurar que os serviços essenciais da unidade estão sendo mantidos”, pontua o instituto. Na porta de entrada da unidade, cartazes apresentam, em mensagens breves, as reivindicações dos servidores e informam sobre a greve.  

Estado

De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), até esta quarta, 23 campus do IFSP aderiram ao movimento em todo o Estado. A entidade também afirma que os pontos requeridos pela categoria já foram apresentados ao governo federal, mas não teriam sido atendidos.

Governo rebate

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos afirma ter viabilizado, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, reajuste linear de 9% para todos. Além disso, conforme a pasta federal, houve acordo, também, de aumento de 43,6% no auxílio-alimentação . “Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos”, completa, por meio de nota.

A pasta ainda diz ter sido formalizada proposta para 2024 de reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9%); de aumento de 51% no auxílio-saúde; e de elevação do auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90.

Mesas específicas

De acordo com o Ministério, foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras. A nota informa que dez já chegaram a acordos e oito estão em andamento. No caso das entidades representativas das carreiras educacionais, acrescenta o comunicado, os Ministérios da Gestão e da Educação criaram um Grupo de Trabalho (GT) para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). “O relatório final do GT, entregue no dia 27/3 à ministra Esther Dweck, servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação.”

A nota ainda complementa que “o Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas, mas não comenta processos de negociação dentro das Mesas Específicas e Temporárias.”