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Matrimônio

Sorocabanos estão casando mais... e se divorciando também, aponta IBGE

Uniões com papel passado subiram de 3.846 em 2020 para 4.706 dois anos depois; separações cresceram 3,65% em um ano

06 de Abril de 2024 às 22:03
Vanessa Ferranti [email protected]
Assim como milhares de casais, Thales e Thaysa realizaram o sonho de subir ao 
altar em novembro de 2022, após dois anos juntos
Assim como milhares de casais, Thales e Thaysa realizaram o sonho de subir ao altar em novembro de 2022, após dois anos juntos (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)

Após três anos juntos, Thaysa e Thales realizaram o sonho de subir ao altar em novembro de 2022. O momento, carregado de emoção, foi, também, de muita diversão; afinal, depois do sim, o casal foi comer um lanche em um restaurante fast food. Uma forma diferente de comemorar a data. “Começamos a planejar o casamento em 2020, porque compramos o apartamento na planta e a entrega das chaves ia acontecer até junho de 2022. No final, deu tudo certo. Tivemos um cerimonial maravilhoso e foi tudo incrível”, relembrou a fisioterapeuta Thaysa Carrea Nunes, de 24 anos.

Assim como Thales e Thaysa, milhares de casais formalizaram a união em 2022. Em Sorocaba, ao todo, foram 4.706 casamentos, sendo 4.630 de pessoas do sexo oposto e 76 de casais do mesmo sexo, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 27 de março. O número aumentou 8% em comparação com 2021, período no qual foram registrados 4.359 casamentos na cidade. Já em 2020, a quantidade de cerimônias foi bem menor — 3.846 —, devido à pandemia de Covid-19. No entanto, o número de divórcios também aumentou. Em 2022, 2.211 casais se separaram ante 2.133 em 2021 — crescimento de 3,65%.

O IBGE divulgou ainda os dados sobre nascimentos e mortes no município. 9.665 bebês nasceram em Sorocaba em 2022. No ano anterior, foram 9.152 — aumento de 5,6%. Já o número de mortes diminuiu 22,76%. Em 2022, 5.844 pessoas morreram na cidade, enquanto em 2021 foram 7.566 óbitos.

Tendência nacional

Os dados locais seguem a tendência nacional no que se refere aos casamentos. No Brasil, o número de matrimônios cresceu 4% em 2022, totalizando 970 mil; as uniões entre pessoas do mesmo sexo bateram recorde, totalizando 11 mil. Os divórcios também aumentaram em 2022, chegando a 420 mil, número 8,6% maior em relação a 2021.

Para Calixto Silva Neto, diretor de Operações da Athon Ensino Superior, coordenador operacional do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) das regiões de Sorocaba e Bauru e mestre em Ciências da Informação, esses aumentos podem estar relacionados a mudanças de gerações. “O casamento por toda vida, coisa que as gerações dos veteranos e baby boomer levaram muito a sério, independente da felicidade, para as próximas gerações, X, Y e Z, é bom enquanto o amor e a felicidade durarem”, declara.

Já na contramão de Sorocaba, o País registrou uma queda de 3,5% no número de nascimentos em 2022 na comparação com 2021, chegando ao menor patamar desde 1977 - a série histórica foi iniciada em 1974. Este é o quarto recuo consecutivo. Em 2018, o número de nascimentos registrados foi de 2,89 milhões. Em comparação com a média dos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19 (2015 a 2019), há uma diminuição de 11,4%.

Silva Neto observa que a diminuição dos nascimentos em 2022 mostra uma tendência mundial. Além disso, a autonomia da mulher e o uso de métodos contraceptivos influenciam na queda desses números.

“Outros fatores determinantes para o decréscimo de nascimentos, inicia-se em 1960 com a liberação da pílula anticoncepcional, passa pela maior liberdade da mulher, sua maior participação no mercado de trabalho, políticas sociais, ainda que incipientes, e leis de proteção à mulher (no Brasil, a Lei Maria da Penha), ainda que pequenas ações, mas que provocaram um atraso na idade da concepção e, em muitos casos, na renúncia da mulher em ser mãe. Vide no resultado do IBGE que aumenta o número de mulheres sendo mães após os 40 anos de idade”, comenta.

Assim como Sorocaba, o número de mortes em âmbito nacional também caiu. O País registrou 1,5 milhão de óbitos em 2022, número 15,8% menor em comparação com 2021. No resultado mensal, janeiro de 2022 foi o único com aumento em relação ao mesmo mês de 2021: o número de óbitos cresceu 10,7%, chegando a 161,18 mil.

“De fato, o início de 2022 foi marcado pela terceira onda de Covid-19 no Brasil, provocada pela variante Ômicron, além de uma epidemia de Influenza A, também responsável pelo aumento das mortes entre idosos no período”, justifica Klívia Brayner, gerente da pesquisa do IBGE.