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Alimentação

Cesta básica cai pela primeira vez em 2024

Valor passou de R$ 1.058,15 para R$ 1.045,47

02 de Abril de 2024 às 22:00
Beatriz Falcão [email protected]
Batata foi o produto que apresentou a maior queda de preço em março (16,97%), passando de R$ 10,49 para R$ 8,71 o quilo
Batata foi o produto que apresentou a maior queda de preço em março (16,97%), passando de R$ 10,49 para R$ 8,71 o quilo (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (5/9/2022))

A cesta básica sorocabana teve a sua primeira queda de preço neste ano. Após uma alta consecutiva de cinco meses, o custo diminuiu 1,2% em relação a fevereiro, passando de R$ 1.058,15 para R$ 1.045,47. Os dados apresentados são da pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso), que considera o valor de 34 itens, entre alimentos e produtos de higiene pessoal e de limpeza.

Em 2024, o custo da cesta básica sorocabana acumula alta de 1,75%. Em janeiro, o preço dos 34 itens subiu 2,17%. No mês seguinte, a elevação foi maior, atingindo 2,95%. No primeiro trimestre do ano, a inflação medida pelo IPCA-15 está em 1,46%.

De acordo com o coordenador da pesquisa, o professor universitário e economista Marcos Antônio Canhada, diversas condições interferem nos preços dos itens que compõem a cesta básica. “As questões climáticas foram fundamentais para a elevação dos custos no final do ano, afetando significativamente alguns produtos importantes na composição da cesta. No entanto, alguns desses itens apresentaram maior equilíbrio entre a oferta e demanda neste mês, contribuindo para conter a trajetória de elevação da cesta”, esclareceu.

Entre os alimentos que tiveram as maiores quedas em março, se destaca a batata, com -16,97%. O preço médio do quilo do tubérculo passou de R$ 10,49 para R$ 8,71, devido ao aumento da oferta, além do processo de normalização dos preços após a forte alta em fevereiro. O mesmo aconteceu com a farinha de mandioca (-4,79%), e com os produtos de higiene básica: sabonete (-12,54%) e desodorante roll-on (-6,09%)

A carne bovina, apesar de não figurar entre as maiores reduções, também teve uma queda significativa. O quilo das proteínas consideradas de “primeira”, isto é, que são mais macias devido ao corte nobre, como alcatra e maminha, tiveram uma queda de 3,62%. As carnes de “segunda”, como acém e fraldinha, diminuíram 2,74%. Já o preço do quilo do frango passou de R$ 8,91 para R$ 8,75, o que representa redução de 1,80%.

“A queda no preço da carne bovina é uma possível retração de demanda, por conta da quaresma. A substituição do item por outras proteínas, pode ter contribuído para a queda neste mês”, explica Canhada. “No entanto, essa tendência precisa ser acompanhada nos próximos meses”.

Alta de Preços

Embora o valor do conjunto dos itens que compõem a cesta básica tenha caído, 16 dos 34 produtos apresentaram alta de preço em março. A cebola lidera a lista com um aumento de 16,69%, o quilo passou de R$ 7,79 para R$ 9,09, em média. De acordo com a pesquisa, a alta pode ser explicada pelas fortes chuvas que reduziram a oferta, levando ao esgotamento dos estoques no sul do País.

Em seguida, o alho foi o segundo item com a maior alta de preço, 200 gramas passou de R$ 6,28 para R$ 7,03, uma variação de 11,94%. Além da questão climática, o produto está em período de entressafra, no qual costuma diminuir a oferta e, consequentemente, ocorrem elevações de preço.

Em terceiro lugar ficou o papel higiênico. O preço médio do pacote com 16 unidades aumentou 11,79%, subindo de R$ 19,50 para R$ 21,80. Em quarto lugar, o extrato de tomate subiu 7%, em média. A embalagem de 370 gramas passou de R$ 7,43 para R$ 7,95.