Sorocaba
Mãe acusa professora da rede municipal de constranger e negar atendimento a aluno
Mulher registra boletim de ocorrência na delegacia de polícia e apresenta denúncia na Secretaria da Educação, que apura o caso

A mãe de um aluno da rede municipal de ensino registrou boletim de ocorrência contra a escola. Segundo ela, seu filho de 9 anos, que está no 4º ano do ensino fundamental, tem problema de audição e faz tratamento com terapeutas e especialistas, além de uso de “bombinha” para superar crises de asma. A mulher também apresentou denúncia na Secretaria Municipal da Educação (Sedu). De acordo com ela, a professora teria gritado com o garoto, provocando uma crise de asma. Além disso, a profissional teria se recusado a ligar para os responsáveis irem buscar o menino na escola.
Conforme o registro na delegacia, o caso ocorreu em 29 de fevereiro deste ano. A mãe explicou que, devido aos problemas de audição, o filho só escuta com agilidade quando é tocado. Para compreender melhor, ele olha para a pessoa e faz a leitura labial. No dia do ocorrido, a professora chamou a atenção do aluno sem tocá-lo. Por isso, ele não teria prestado atenção. “Ela entendeu que ele a ignorou de propósito e surtou. Ela o humilhou e o constrangeu em sala de aula, após gritar. Ele sem entender, se assustou e começou a chorar. Em seguida, teve uma crise de asma”, relata a mãe do menino.
De acordo com o relatado no boletim de ocorrência, logo após os gritos da professora e a crise de asma ter início, tocou o sinal de intervalo da aula. Nesse momento, o menino disse à professora que estava com falta de ar e, segundo a mãe, ele foi ignorado pela professora, que disse ser manha. “O amigo dele correu pela escola para pedir socorro, para me ligarem. O inspetor alegou que não poderia ligar, pois a professora não tinha feito pedido de autorização para isso. Meu filho ficou chorando e passando mal até o horário de eu ir buscá-lo na escola. Quando eu cheguei, ele estava ainda sem ar e tivemos que correr da escola e levá-lo para o oxigênio, pois ele pode sofrer parada respiratória. Ele foi humilhado e constrangido pela sua dificuldade auditiva e teve omissão de socorro pela professora, mesmo com amigos correndo para pedir ajuda. Já fiz uma denúncia na Secretaria da Educação”, acrescenta.
Garoto tem medo
A mãe do aluno conta que após o episódio, seu filho não quer mais ir à escola. Ele está há quase 30 dias sem frequentar a unidade de ensino. Uma reunião foi realizada com a presença da mãe, diretoria, professora e orientadora. “A diretora sugeriu mudar mais uma vez meu filho de sala de aula, para ele conseguir retornar para escola, porque ele não consegue ir, por medo da professora. A profissional admitiu que o humilhou na sala de aula. Nos quatro anos em que ele estuda na escola, nunca fui chamada na escola por mau comportamento, não existe uma assinatura minha na escola sobre isso. A diretora, Sílvia, pediu desculpas por tudo que a professora fez”, conta.
A mãe do aluno afirma que espera que a professora seja afastada. “Espero que essa professora seja afastada da escola imediatamente, pois ela cometeu um crime. A direção da escola e a Secretaria da Educação não tomam providência sobre isso, me enrolam falando que vão fazer o afastamento, mas que não tem previsão de quando isso deve acontecer”.
O Cruzeiro do Sul questionou a Secretaria da Educação. Por meio de nota, a pasta informou que as medidas administrativas cabíveis ao caso já estão sendo tomadas. A Sedu explicou, ainda, que, por se tratar de suposta ocorrência envolvendo servidor público, o caso é tratado sob sigilo, nos termos da legislação vigente.