O Estado de São Paulo registrou em janeiro o menor número de homicídios dolosos dos últimos 24 anos. Os dados foram divulgados pela Secretária da Segurança Pública do Estado (SSP). De acordo com a SSP, ocorreram 215 crimes dessa natureza nos municípios paulistas — uma queda de 14% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 250 homicídios nas cidades. Uma tendência decrescente que também é observada na região.

Conforme o balanço da pasta, nos 18 municípios de abrangência da Delegacia Seccional de Sorocaba, cinco casos de homicídios dolosos foram registrados em janeiro, sendo um em Sorocaba, um em Mairinque, um em Porto Feliz e dois em Itu. O número caiu mais da metade em relação a janeiro de 2023, quando ocorreram 13 casos. Na ocasião, foram contabilizados dois homicídios em Mairinque, um em São Roque, um em Araçariguama, um em Salto, dois em Ibiúna, três em Itu e três em Sorocaba. Todas essas cidades fazem parte da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

O delegado seccional de Sorocaba, José Humberto Urban Filho, explica que os crimes de homicídio, assim como os delitos de outras naturezas, estão relacionados ao tráfico de drogas. Com o combate ao tráfico de entorpecentes, segundo ele, ocorre também a queda dessas mortes dolosas. “É resultado de trabalho. Trabalho da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal. Hoje estamos tendo um reflexo positivo na queda dos índices de homicídio exatamente pelo trabalho da polícia”, destacou.

Resultado

Conforme Urban, além do combate ao tráfico, as prisões realizadas pelas forças de segurança e esclarecimentos dos crimes influenciam também nesses índices. Entre os casos de grande repercussão esclarecidos recentemente está o da vítima Michael Oliveira Simão, de Mairinque. O crime ocorreu em 2023 e, após quase um ano de investigações, o homicídio foi elucidado em 11 de março. Na ocasião dos fatos, um operador de máquinas agrediu a vítima e, depois ateou fogo nela. O motivo do assassinato teria sido uma briga entre Simão e o suspeito. O homem foi preso. O delegado titular de Mairinque, Espedito Alves da Silva Júnior foi o responsável pela investigação.

Ainda segundo o seccional de Sorocaba, outro fator que auxilia na prevenção dos casos de homicídio é a possibilidade de deter os presos de saída temporária ao descumprirem as regras. “A relação conjunta do Secretário da Segurança Pública (Guilherme Derrite), e do secretário de assuntos penitenciários (Marcello Streifinger), que permite que aquele preso que esta de “saidinha” temporária em situação irregular seja novamente recolhido ao sistema prisional, e logicamente com autorização do desembargador corregedor de Justiça de São Paulo, é uma resposta muito importante. Nós nos antecipamos ao Congresso Nacional”, declarou Urban.

Agora, a expectativa da Polícia Civil é manter os números “caindo” até o fim do ano. “A expectativa é cada dia cair mais. Todo mundo acorda de manhã para o cumprir o mandado de prisão, o mandado de busca, que resulta em flagrante, em prisão temporária. Não passa um dia na Seccional de Sorocaba sem ter uma operação deflagrada, às vezes, mais de uma por dia, assim como eu vejo na Polícia Militar e Guarda Civil Municipal, cada qual no seu nicho, na sua atuação, mas isso dá uma resposta”, disse o delegado Seccional de Sorocaba.

O que diz o secretário da Segurança Pública

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, analisou os dados de homicídios dolosos no Estado e comentou sobre as ações implementadas para combater o crime.

Leia a reposta encaminhada para a reportagem do Cruzeiro do Sul na íntegra:

“A Secretaria da Segurança Pública analisa de forma permanente os crimes contra a vida ocorridos em todo o Estado com o objetivo de facilitar a implementação de políticas públicas mais eficazes e direcionadas de acordo com a realidade de cada região.

A implementação do programa Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida, lançado em fevereiro do ano passado, analisa os índices criminais a fim de elaborar estratégias e planos de ações para a atuação das polícias na redução de mortes.

O mecanismo também orienta a base de dados e a atuação policial, auxiliando na compreensão da dinâmica criminal dos delitos, tornando-se uma ferramenta fundamental no planejamento de políticas e ações para a prevenção e repressão dos crimes.

Além disso, o SP Vida também amplia a transparência dos dados, oferecendo ao cidadão a oportunidade de participar ativamente de todo o processo, inclusive, com a oportunidade de obter informações e fazer denúncias.

Fora isso, há ainda o trabalho de inteligência policial, com a ampliação de investigações e identificação e prisão de criminosos, dando uma resposta à sociedade de que os crimes contra a vida não ficarão impunes em São Paulo.

A valorização policial, com aumento salarial, concedido no primeiro ano da gestão, aquisição de ferramentas mais modernas, armas e viaturas, também ajudam as forças de segurança do Estado no combate ao crime. Os resultados positivos do primeiro ano da gestão refletem todo o trabalho desenvolvido”.