“O que você quer ser quando crescer?”, ouvem as crianças desde os seus primeiros anos de vida. Com poucas vivências, elas costumam citar uma variedade de profissões que admiram. E a escolha muda toda hora. Astronauta, bombeiro, cantor, médico, policial. Mas, com a maioridade, a fantasia dá lugar à necessidade de uma definição. Com tantas opções de graduações, muitos jovens enfrentam um desafio antes mesmo de prestar vestibular — escolher a futura profissão. Pensando em ajudá-los nessa decisão tão importante, o Colégio Politécnico, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), possui, em sua matriz curricular, a disciplina Projeto Vestibular.

As aulas são ministradas para os alunos do ensino médio. Segundo a professora de química Karen Ouverney dos Santos, que ministra a disciplina para o 3º ano, os conteúdos abordados abrangem informações sobre profissões, futuro, vestibular e faculdade. Para auxiliar os estudantes nesse processo de construção da carreira, profissionais de diversas áreas são convidados para conversar com os alunos. Até o momento, participaram um administrador de empresas, uma psicóloga e uma médica.

De acordo com Karen, os profissionais convidados abordam tanto questões a respeito da vida acadêmica quanto do mercado de trabalho. Com isso, os jovens podem sanar as suas dúvidas. Para ela, isso ajuda aqueles que já têm uma profissão em mente a fomentar ou desistir da sua escolha e auxilia quem ainda está indeciso. Os esclarecimentos, avalia a professora, colaboram para reduzir a autocobrança e a ansiedade sobre o futuro. “O objetivo é tentar dar um norte mais certeiro para eles”, disse. “(...) Os alunos conseguem enxergar (...) que outras pessoas também passaram pelo que eles estão passando agora, dúvida na escolha da profissão, influência da família, questões financeiras”, explica.

Ainda, conforme ela, a partir dos relatos, os estudantes aprendem sobre os pontos positivos e os desafios de cada área, seja na faculdade ou na hora de exercer o ofício. Assim, ficam cientes de todos os aspectos e mais preparados para lidar com eles. “(Quero) mostrar que a vida acadêmica e profissional não é linear, que existem curvas no meio do caminho, que eles não vão ser bem-sucedidos de cara, que não vão ganhar “rios” de dinheiro assim que saírem da faculdade”, comenta.

Segundo a professora, os alunos gostam da iniciativa e até sugerem profissionais com os quais gostariam de ter contato. Além de diferentes especialistas, ela pretende convidar pessoas que desempenham funções distintas na mesma área. O intuito também é mostrar aos jovens a diversidade existente dentro de uma única profissão.

Em um segundo momento da disciplina, a educadora também vai tratar de temas referentes a cada um dos vestibulares e a respeito do ensino superior.