Urbanismo
Plano Diretor é fundamental para desenvolvimento imobiliário
Creci acredita que participação da população faz a diferença para escolher o futuro da cidade
O Plano Diretor é um instrumento que orienta o crescimento e o desenvolvimento urbano de um município. A última atualização do documento em Sorocaba foi em 2014. No entanto, diante do crescimento da cidade e das necessidades de novos planejamentos, um novo projeto deve ser feito ainda este ano.
Para o mercado imobiliário, o Plano Diretor é fundamental. De acordo com Cristiane Jordão, delegada regional do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci/SP), quando um novo empreendimento chega à cidade, o responsável deve ir até a prefeitura e pedir uma certidão de uso de solo. Ou seja, todo investimento que é realizado hoje no mercado imobiliário é feito por meio do que está estabelecido. “Como o nosso Plano Diretor está muito defasado, esse momento é crucial para a cidade; uma cidade que está com mais de 700 mil habitantes; uma cidade que cresceu rapidamente e ela precisa ter esse olhar para esse plano no sentido norte, sul, leste e oeste, não esquecendo da região central”, enfatizou Cristiane.
Ainda, conforme a delegada regional do Creci, para que o novo plano traga resultados, é fundamental a participação da comunidade. Contudo, ainda em sua visão, para que a população se mobilize, é necessário mais incentivo do poder público. “Vamos deixar uma cidade bonita e conscientizar a população de que é nesse momento que temos de discutir sobre esses direitos”, finalizou Cristiane.
O que diz o poder público
Em nota, a Câmara Municipal de Sorocaba informou que vai discutir o projeto de lei do Plano Diretor elaborado pelo Executivo tão logo este seja protocolado no Legislativo, como determina a Lei Orgânica do Município. Após protocolado, o projeto será analisado pelas comissões permanentes da Casa, com audiências públicas abertas à população, com participação presencial e on-line, além de transmissão pela TV e Rádio Câmara. Após as devidas discussões, o projeto de lei seguirá para a votação em plenário.
Já a Prefeitura de Sorocaba disse que por meio de equipes técnicas compostas por engenheiros e arquitetos da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (Seplan), vem garantindo o cumprimento de todas as medidas exigidas para a revisão do Plano Diretor.
No ano passado, foram recebidas sugestões da população, por meio de consulta pública. Os assuntos abordados na pesquisa foram: habitação/instrumentos de políticas públicas, mobilidade, ordenamento urbano, desenvolvimento econômico e social, patrimônio cultural, meio ambiente, gestão democrática, saúde pública/saneamento, educação e segurança.
O município reforça que a iniciativa foi divulgada à imprensa, veiculada no site e redes sociais da prefeitura. Além disso, todas as demais etapas do processo, da mesma forma, serão divulgadas no momento oportuno.
A próxima etapa será a de prognóstico, com a revisão e a definição do conteúdo detalhado. Por fim, haverá a elaboração da minuta, que dará origem ao projeto de lei para ser encaminhado e votado na Câmara Municipal, no segundo semestre deste ano.
Ainda, conforme a pasta, a primeira audiência pública sobre a revisão do Plano Diretor ocorreu no dia 28 de fevereiro. Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos, até o momento, pela equipe técnica que trata do assunto, bem como informado os próximos passos do cronograma do grupo.
Vendas de imóveis crescem na região de Sorocaba
As vendas de imóveis na cidade de Sorocaba e região cresceram em 2024. De acordo com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci/SP), o mês de janeiro registrou um aumento de 34,89% em relação a dezembro do ano passado. Já o volume de novos contratos de locação assinados no período teve queda de 32,73%.
Para Cristiane Jordão, delegada regional do Creci, o notável crescimento das vendas está diretamente ligado à busca incessante por novas oportunidades em Sorocaba. Por ser uma cidade com muitos municípios ao entorno, investidores têm escolhido deixar São Paulo para empreender na região.
Além disso, com a presença de diversas universidades, Sorocaba atrai um grande número de estudantes, especialmente no início do ano. Essa demanda tem levado muitas pessoas a comprarem imóveis no município em vez de optar pelo aluguel, considerando, principalmente, as atuais facilidades oferecidas pelas construtoras. “Muitas pessoas vêm de fora, de São Paulo, da própria região, para investir na cidade de Sorocaba. E a região metropolitana é isso, é essa busca constante por novos negócios, por novas frentes e o imóvel está nesse meio”, explicou.
Tipo de imóvel
A liderança no setor imobiliário é ocupada pelos apartamentos, responsáveis por 72,2% das vendas, enquanto as casas correspondem a 27,8% da atividade. Já em relação ao perfil do imóvel, aqueles que podem ser financiados pelo programa do Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, com valores de, em média, até R$ 230 mil são as opções com mais adesão. “Tem muitas pessoas passando nos vestibulares, muitas pessoas sendo transferidas, muita separação, pessoas que querem morar sozinhas e procuram os estúdios e apartamentos menores. Geralmente, esses apartamentos acabam caindo no Minha Casa, Minha Vida, o que facilita”, informou Cristiane.
No entanto, apesar do número de vendas de apartamentos ter sido maior em relação às casas, a delegada do Creci ressalta que após a pandemia, a procura por terrenos maiores, em contato com a natureza, também estão crescendo. Isso porque, depois da crise sanitária, a população procura atualmente por mais qualidade de vida. “As pessoas passaram por um momento muito delicado, momento de reflexão, e começaram a olhar, de repente, para onde não estavam olhando. O meio ambiente continua tendo a sua importância para a desaceleração daquele ritmo maluco que estava e isso ajuda muito os loteamentos e condomínios fechados”, pontuou.
Compra do imóvel deve ser feita com cuidado
Conforme a profissional, é preciso organizar-se economicamente na hora de comprar um imóvel e levar em consideração outros gastos além da parcela do apartamento ou da casa, como o valor da taxa de condomínio e do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
No entanto, se a pessoa comprou um imóvel e não conseguiu pagar, ela deve procurar um profissional qualificado para ajudá-la a resolver o problema. “Às vezes, a pessoa perde o seu serviço, tem algum outro tipo de dificuldade, uma doença. Antes que esse imóvel vá para leilão, nós aconselhamos essa pessoa a procurar um corretor de imóveis ou uma imobiliária. Porque, nesse momento, de repente, podemos ajudar a pessoa a não perder o seu imóvel”, orienta.
Cristiane ressalta, também, a importância de enxergar o corretor, como, de fato, um consultor, e acioná-lo sempre que necessário. “Nós podemos ajudar em muitas frentes. Nós cobramos muito hoje dos colegas corretores a reciclagem. O Creci oferece vários cursos gratuitos e palestras para os corretores”, declarou Jordão.