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Dia Internacional da Mulher

Representatividade feminina na política ainda é muito baixa

A história mostra que conquistas básicas como salários igualitários são recentes

07 de Março de 2024 às 23:01
Luis Felipe Pio [email protected]
No STF, entre 11 ministros, Cármen Lúcia é a única mulher
No STF, entre 11 ministros, Cármen Lúcia é a única mulher (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dos 22 secretários municipais de Sorocaba, apenas três são mulheres. Entre os 20 vereadores da Câmara Municipal, somente duas são mulheres. Hoje (8), no Dia Internacional da Mulher, esses números evidenciam a carência de representatividade feminina no panorama político de Sorocaba, refletindo um problema que persiste em todo o Brasil.

Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), é a única mulher entre os 11 ministros do tribunal. Em toda a história de 132 anos do STF, ela é uma das três mulheres que já foram ministras. As outras duas são as aposentadas Rosa Weber e Ellen Gracie.

“Na política não chegamos nem perto de ter uma média de igualdade em relação a presença feminina nos espaços de poder”, afirma uma das duas únicas vereadoras do legislativo sorocabano, Iara Bernardi (PT).

Além da baixa participação em cargos de destaque, a história mostra que conquistas básicas como salários igualitários são recentes. Só em junho do ano passado o Senado aprovou o projeto que prevê igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.

Para a vereadora Fernanda Garcia (Psol) a igualdade deveria ser um entendimento comum. “Uma questão que nem deveria ser discutida. Deveria ser natural, é o justo, salário igual para trabalho igual”, disse.

Fernanda lamenta que algumas pautas ainda precisem ser reivindicadas. “O Dia da Mulher vem para reforçar muita coisa. Nesse ano, o que ainda está muito sensível é a violência doméstica familiar. Temos muitos casos de feminicídio e o debate é sobre como está a rede de apoio a essas mulher que sofrem a violência”, disse.

Fato

O Cruzeiro do Sul noticiou, em fevereiro, que a região de Sorocaba registrou ao menos sete casos de feminicídios somente nos primeiros 50 dias de 2024. No Estado de São Paulo, 221 mulheres foram mortas em 2023 -- o maior número de feminícidios desde 2018. Já no Brasil, no mesmo ano, foram 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio -- o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio foi criada, em 2015.

A lei que tipifica a violência doméstica contra mulher no Código Penal é de autoria da vereadora Iara, quando foi deputada federal. “Infelizmente a gente ainda vai estar debatendo a discriminação e a violência contra mulher por muito tempo”, disse Iara.

No Executivo

O governo do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) possui três secretárias municipais e duas superintendentes.

São elas: Samyra Toledo, secretária de Governo; Luciana Mendes, de Administração; Ana Claudia Fauaz, de Cidadania; Cristiane Bonito, superintendente do Procon; e Jéssica Pedrosa, do Centro de Aceleração, Desenvolvimento e Inovação (Cadi).

Samyra Toledo concorda que em muitos lugares as mulheres encontram dificuldades para ocupar cargos de poder, mas diz que, em Sorocaba, a situação é diferente.

“Em Sorocaba, temos um cenário diferente. O prefeito Rodrigo Manga valoriza e prioriza o público feminino”, afirma. Ela conta que Manga lhe ofereceu muitas oportunidades, desde a Câmara Municipal até o cargo de secretária de governo.

Ana Cláudia, da Secid, diz que tem a honra de ocupar uma posição de destaque dentro do cenário político municipal e afirma que, por ser mulher, pode levar novos olhares às questões políticas.

“Com nossas características pessoais femininas, olhamos de forma diferenciada diversas questões que demandam a intervenção do Executivo, fato esse que muito contribui com o sucesso da administração”, declarou. (Luís Pio, programa de estágio)