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Meio ambiente

Moradores do Cajuru reclamam da poluição em córrego

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Pirajibu está inativa e segue em reforma desde abril de 2023

26 de Fevereiro de 2024 às 23:01
Beatriz Falcão [email protected]
Mau cheiro e sujeira, que é levada para as ruas nos dias de chuva, aumentam os transtornos
Mau cheiro e sujeira, que é levada para as ruas nos dias de chuva, aumentam os transtornos (Crédito: Fábio Rogério (23/02/2024))

Moradores do Cajuru do Sul, em Sorocaba, reclamam que o córrego que passa pelo bairro está poluído. Entre as queixas, destacam-se o mau cheiro e a sujeira, que, segundo eles, é levada para as ruas quando o nível da água aumenta, principalmente, em dias de chuvas fortes.

“É um horror o mau cheiro, têm até fezes na rua porque o nível da água sobe com água da chuva. Já mandei para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae), para a Prefeitura, para a Câmara dos Vereadores, para todas essas entidades que têm responsabilidade, e nada!”, enfatiza o engenheiro Manuel Luís Correia, de 75 anos, que mora no bairro há um ano e meio.

Eva Procidonia dos Santos, de 80 anos, está no bairro há mais tempo, quase 40 anos. Ela relata que nunca foi feita uma limpeza no local. “O cheiro piora de tarde, ainda mais nessa época de muito calor, é muito ruim!”, destaca.

De acordo com o Saae/Sorocaba, o córrego provém do município de Alumínio e no seu curso também recebe as águas do córrego de Tapera Grande, de Itu, e na sequência segue pela região do Cajuru do Sul e Éden, até desaguar no rio Sorocaba.

Em nota, a autarquia explica que, durante o trajeto, as águas recebem a carga de esgoto vinda da cidade vizinha de Itu até o Pirajibu, onde existe uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em reforma, desde abril de 2023.

“O Saae/Sorocaba e o Ministério Público (MP) já tratam desse assunto, a fim de que a cidade de Itu recupere e ative a ETE, construída em 2018 para combater essa questão, mas que apresentou problema estrutural e está impossibilitada de operar”, afirma a nota do Saae.

“Na região do Cajuru e Éden, o córrego percorre uma região de mata fechada em Áreas de Preservação Permanente, portanto, não é permitido executar serviços de manutenção e, também, não possui áreas gramadas de roçagem”, finaliza o comunicado do Saae.

Por sua vez, a Companhia Ituana de Saneamento (CIS) informa que as obras devem ser finalizadas ainda neste ano, sendo que a primeira etapa já teria sido concluída. Para prosseguir com as duas etapas finais, a entidade dependeria do andamento dos processos de licitação e liberação de verbas, que já teriam sido solicitados por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). Com a reforma, a ETE Pirajibu deve beneficiar cerca de 40 mil moradores.

Relembre o caso da ETE Pirajibu

Inaugurada em março de 2018, a Estação de Tratamento de Esgoto apresentou problemas estruturais logo nos períodos de testes e foi desativada.

A situação foi tema de reportagem exclusiva do Cruzeiro do Sul, em 8 de outubro de 2020. No ano seguinte, houve pressão do MP em razão dos despejos de efluentes sanitários sem tratamento na natureza.

A reforma começouem 14 de abril de 2023, e contou com um montante de R$ 5.122.101,42, sendo R$ 3.872.820,88 provenientes da Fehidro e R$ 1.249.280,54 da CIS. (Beatriz Falcão, programa de estágio)