Sorocaba
Casal é suspeito de atuar como falso dentista em Sorocaba
Conselho Regional de Odontologia fez a denúncia à Polícia Civil
A Polícia Civil de Sorocaba investiga um casal suspeito da prática ilegal de odontologia. Ontem (15), o delegado titular do 3º DP, Mário Ayres, informou sobre os primeiros resultados da Operação Tiradentes, contra falsos dentistas. As investigações são conduzidas pelos policiais do 3º DP, com o apoio da Vigilância Sanitária.
A dupla utilizava nomes de empresas registradas legalmente para atrair clientes interessados em implantes de próteses fixas ou removíveis. Para realizar o procedimento, os supostos dentistas cobravam altas quantias e submetiam suas vítimas a extrações dentárias desnecessárias antes de realizar o serviço prometido. Contudo, denúncias indicam resultados desastrosos para os pacientes.
“Como provas, temos fotos dos dois indivíduos em atendimento. Um dos pacientes, com mais de 70 anos e diabético, teve todos os dentes superiores extraídos para colocar prótese, no entanto, sua arcada dentária não está cicatrizando”, disse o delegado Mário Ayres.
As investigações tiveram início no final de dezembro, após o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo relatar a atividade suspeita à Polícia Civil. Durante as investigações, foram expedidos mandados de buscas em dois endereços, sendo o primeiro em um prédio comercial de alto padrão localizado no Campolim, zona sul da cidade, onde estavam operando recentemente, e em uma clínica no Centro.
No primeiro local, foram encontrados equipamentos e centenas de prontuários médicos. Todos os materiais foram apreendidos e estão sendo objeto de investigação no inquérito policial em curso. Já na clínica, apesar de estar abandonada e sem uso, também foram localizados documentos de pacientes, próteses e moldes.
“Com o cumprimento do mandado, foi constatado que, de fato, estavam oferecendo os serviços”, relata Ayres. “A Vigilância Sanitária também constou diversas irregularidades administrativas no local e, portanto, tomou as providências cabíveis de autuação e interdição”.
Até o momento, quatro vítimas registraram boletins de ocorrência alegando inadimplência contratual, isto é, não receberam pelo serviço pago. Os suspeitos também podem responder pelos crimes de estelionato e lesão corporal dolosa, com penas de cinco a oito anos.
O delegado Mário Ayres disse que é importante a manifestação das vítimas, uma vez que precisam do exame de corpo delito para a comprovação dos demais crimes. (Beatriz Falcão / programa de estágio)