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Justiça

Advogado acusado de espancar ex-jogador de futsal é condenado

Diego Pietro Gonçalves recebeu uma pena de três anos de reclusão em regime aberto por ter agredido André Machado em 2014; ele vai responder por lesão corporal

02 de Fevereiro de 2024 às 13:01
Vinicius Camargo [email protected]
André Manchado ficou temporariamente sem movimentos, se locomovendo com o auxílio de uma cadeira de rodas
André Manchado ficou temporariamente sem movimentos, se locomovendo com o auxílio de uma cadeira de rodas (Crédito: Emídio Marques/Arquivo JCS (06/05/2015) )

*Atualizada às 14h28

O advogado Diego Pietro Gonçalves, acusado de espancar o ex-jogador de futsal André Machado, em 2014, em Sorocaba, foi condenado a três anos de reclusão em regime aberto. Ele vai responder por lesão corporal dolosa (intencional). O julgamento ocorreu na quinta-feira (1º), no Fórum Cível e Criminal de Sorocaba - Ministro Piza e Almeida, dez anos após o crime. A defesa vai recorrer da sentença, enquanto a acusação avalia essa possibilidade. 

Gonçalves foi submetido a júri popular, com duração de mais de 12 horas. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), foram ouvidas cinco testemunhas de defesa. Não houve testemunha de acusação. 

A acusação pedia a condenção dele por homicídio qualificado tentado. Porém, por maioria dos votos, os jurados rejeitaram a imputação desse crime. Com isso, prevaleceu a pena por lesão corporal. A tese de legítima defesa apresentada pelos defensores do réu também não foi aceita pelo juiz Emerson Tadeu Pires de Camargo.

Danieli Del Cistia, uma das advogadas de Gonçalves, informou que a defesa vai recorrer da decisão. Conforme ela, a intenção foi comunicada formalmente ao TJ já na quinta-feira (1º), logo após a expedição da sentença.

Walther Afonso da Silva, advogado da vítima e assistente de acusação, avalia, juntamente com o Ministério Público (MP), se vai apresentar algum recurso. Segundo ele, ainda não há uma certeza por dois motivos principais. O primeiro é o fato de a promotoria ter provado a conduta criminal do réu."Nós conseguimos mostrar para os jurados que não houve atropelamento e que tudo foi ocasionado por conta de uma lesão corporal causada pelo acusado", falou. 

Além disso, a família considerou ter alcançado o seu objetivo de comprovar as agressões sofridas pelo parente. "Com a condenação, ainda que tenha havido a desclassificação da tentativa de homicídio para o crime de lesão corporal, a família entendeu que a justiça foi feita", comentou Silva. Ainda de acordo com ele, a extensão do processo postergaria, ainda mais, "um desgaste que já dura dez anos." 

Relembre o caso

O caso ocorreu na madrugada do dia 7 de abril de 2014. Na ocasião, houve uma briga generalizada em frente a uma casa de shows localizada no Jardim Iguatemi. André Machado, então com 21 anos, teria sido espancado por Diego Gonçalves, com 31 anos na época, após ser confundido pelo réu com um dos envolvidos na confusão. O ex-jogador ficou temporariamente sem movimentos, se locomovendo com o auxílio de uma cadeira de rodas. Recebeu, inclusive, diagnóstico inicial de tetraplegia. Hoje, ele consegue mover as pernas e os braços, mas ainda enfrenta dificuldades para andar.

Gonçalves, por sua vez, alega que Machado foi vítima de atropelamento e o acusa de omitir essa informação para incriminá-lo. Ele chegou a ser preso preventivamente em maio de 2015, porém, depois de quase um ano na cadeia, foi solto em junho de 2016.