Você abastece o carro com álcool ou gasolina? Essa pergunta pode dividir opiniões, porém, no Estado de São Paulo -- e, portanto, em Sorocaba --, abastecer o carro com álcool é a melhor alternativa para economizar dinheiro. Segundo Jorge Marques, presidente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), a razão é simples: a oferta do etanol está maior do que a procura, atualmente, gerando queda nos preços.

No entanto, mesmo que o etanol, teoricamente, valha mais a pena, alguns motoristas preferem a gasolina em virtude do maior rendimento. É o caso do Eduardo Rodrigo da Silva, de 46 anos, que afirma ser mais vantajoso abastecer com gasolina. “Eu prefiro porque (o carro) anda mais e a preservação do motor também é maior”, comentou. O aposentado Lorivaldo Ferreira, por outro lado, reconhece que o carro consome mais com etanol, porém acha que o preço compensa. Ele também costuma consultar os frentistas sobre a comparação entre o custo do etanol e da gasolina.

O motivo é que o abastecimento com álcool é mais vantajoso quando não excede 70% do preço da gasolina. Para descobrir, existe um cálculo simples. Basta dividir o preço do litro do etanol pelo preço do litro da gasolina. Se o resultado for menor que 0,7, compensa abastecer com etanol. Se ultrapassar esse valor, a gasolina ganha.

Embora dê para fazer, de um modo geral, a relação de preço dos dois combustíveis para saber qual sai mais barato, Marques explica que o custo real pode variar, dependendo do rendimento, a quantidade de quilômetros que o veículo anda com um litro de combustível. “Supondo que um carro faça 10 quilômetro por litro e que o preço do litro da gasolina seja R$ 4,99, o motorista pagaria R$ 0,49 por quilômetro rodado. É só dividir 4,99 por 10”, disse. “O mesmo vale para o etanol. Por exemplo, vamos supor que um carro faça 7 km/l de etanol, que custa R$ 2,99. Dividindo um pelo outro, dá R$ 0,40 de combustível por quilômetro rodado. Neste exemplo, o etanol sai mais em conta”, explicou.

Fique de olho

Marques alerta o consumidor a desconfiar dos postos de combustíveis que apresentam preço muito abaixo da média. “Todos (os postos) vendem a mesma coisa. É importante prestar atenção quando há um preço que destoa demais da média”, disse. Ele ressalta que algumas bombas de combustíveis podem sofrer violações para enganar e tirar vantagem do consumidor. “Por exemplo, a bomba pode marcar 10 litros, mas, na verdade, está abastecendo nove litros. No dia a dia, o motorista já tem uma ideia da característica de consumo do veículo, por isso, dá para perceber quando o carro está rodando menos com uma mesma quantidade de combustível”, acrescentou.

Um outro jeito de descobrir possíveis fraudes é na hora de encher o tanque. “Se o reservatório do carro tem capacidade para 55 litros e a bomba marca 65, por exemplo, é um indicativo de que ela foi adulterada”. Em caso de constatação de possível fraude, deve-se acionar os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, a Secretaria da Fazenda Estadual ou a própria Agência Nacional do Petróleo (ANP). (Luís Pio - programa de estágio)