Balança comercial
Sorocaba exportou quase 2 bilhões de dólares neste ano
Dados do Ministério da Indústria e Comércio referem-se aos meses de janeiro a novembro
As exportações das empresas sorocabanas somaram U$ 1,96 bilhão no período de janeiro a novembro de 2023 -- ou R$ 9,52 bilhões na conversão de ontem (29) do dólar, cotado a R$ 4,85. Porém, o resultado é inferior ao mesmo período de 2022, quando somaram U$ 2,05 bilhões (R$ 9,95 bilhões). Em todo o ano passado, os valores chegaram a U$ 2,19 bilhões (R$ 10,62 bilhões). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Em relação ao mesmo período de 2021 (janeiro a novembro), o resultado de 2023 foi maior. Nos 11 primeiros meses daquele ano, as exportações sorocabanas totalizaram U$ 1,27 bilhão (R$ 6,17 bilhões). Assim, o atual período apresenta um aumento de 54,29% em relação a 2021. O resultado de 2023, até o momento, também é superior ao valor de todo o ano de 2021, que chegou a U$ 1,42 bilhão (R$ 6,89 bilhões).
Veículos lideram
Os veículos (automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres) e suas partes e acessórios lideram as exportações das empresas sorocabanas. Em seguida vêm os reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, bem como suas partes. Na sequência, as máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes, e ainda instrumentos e aparelhos de óptica, de fotografia, de cinematografia, de medida, de controle ou de precisão, entre outros produtos.
Os principais destinos das exportações das empresas sorocabanas são os países do Mercosul e da Comunidade Andina das Nações (CAN), na América do Sul. Mas a cidade também exporta para os países da América Central, Caribe, Europa, América do Norte, União Europeia (UE) e África.
Mercosul mais forte
Para o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, é fundamental fortalecer o Mercosul e implementar com urgência um possível acordo entre o bloco e a União Europeia, o que ainda não ocorreu e está praticamente descartado.
Ele disse, ainda, que a vitória de Javier Milei nas eleições argentinas não deve enfraquecer as relações comerciais com o Brasil, pois os países são grandes parceiros econômicos e têm laços muito profundos. “Diferenças ideológicas entre governantes jamais devem ser obstáculos ao diálogo e à interação em favor do desenvolvimento”, enfatiza.
Cervone aponta ainda que, no aspecto de fortalecimento do bloco sul-americano, é importante recompor as cadeias regionais e globais de fornecimento, afetadas por questões internacionais, em especial pelas guerras. Ele reforça aponta, ainda, outro fator relevante, que está na promoção de importações dentro do Mercosul entre os países-membros. “Isso atrairá, pela consistência, o interesse não apenas europeu, mas de todo o mundo”, reforça.
De acordo com o presidente do Ciesp, o acordo com a União Europeia, se for ratificado, terá grande importância para a economia e a indústria regionais. Será eliminada a maior parte das tarifas dos bens manufaturados no comércio bilateral. Haverá, ainda, numerosas oportunidades de incremento dos investimentos e exportações, criação de empregos, fomento da produção e aporte tecnológico. “O tratado também contribuirá para a convergência de normas comerciais, significando o alinhamento de nosso País e do Mercosul aos padrões mais avançados nesse campo”, observa.
Segundo Cervone, um diferencial competitivo relevante para o Brasil e o Mercosul refere-se à sustentabilidade. “Nosso potencial no campo da bioeconomia, geração de energia limpa e de fontes renováveis é muito significativo, atendendo a uma exigência crescente dos consumidores e governos europeus, que priorizam cada vez mais os preceitos da produção respeitosa ao meio ambiente, à agenda do clima e ao trabalho digno. (Ana Claudia Martins)
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