Susto
Caixa d'água de condomínio se parte e atinge quatro apartamentos
Caso ocorreu no Jardim Lopes de Oliveira, em Sorocaba, na manhã desta terça-feira (12); ninguém se feriu
A caixa d’água de um condomínio se rompeu e parte da estrutura desabou sobre quatro apartamentos no Jardim Lopes de Oliveira, na zona norte de Sorocaba, ontem (11), pela manhã. O caso ocorreu em um residencial na rua Manoel Gutierrez que possui 144 apartamentos, onde vivem 250 pessoas. Ninguém se feriu. Ainda não se sabe a causa do desabamento. Devido à queda do equipamento, o local ficou sem água.
Todos os imóveis afetados ficam no mesmo prédio, ao lado do reservatório, no bloco 2. Quatro andares do edifício foram atingidos, tendo danificado um imóvel por andar.
A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil foram acionados para atender à ocorrência. Segundo a Defesa Civil, uma equipe vistoriou o local e interditou preventivamente as moradias atingidas. Elas sofreram estragos nas paredes e vão passar por reparos. Não existe risco de colapso na estrutura.
Na ocasião, técnicos da Defesa Civil fizeram a vistoria acompanhados do engenheiro da construtora responsável pelo condomínio e do síndico, que estão providenciando o restabelecimento do abastecimento de água e todos os consertos necessários. Ontem, no início da noite, o fornecimento de água havia sido restabelecido.
Por meio de nota, a construtora disse que o empreendimento foi entregue aos moradores há quase cinco anos, “atendendo a todos as normas de engenharia e segurança”. Técnicos da empresa acompanharam a ocorrência no local e estão oferecendo “todo o apoio aos moradores para a solução do problema”, completou.
A construtora ainda informou ter acionado a fornecedora da caixa d’água para obter informações que possam agilizar a resolução da situação.
Susto
O auxiliar de escritório Alan Henrique de Azevedo Ramos, de 27 anos, está entre os moradores que tiveram seus imóveis atingidos. Residente há 5 anos no condomínio, ele relatou que o desabamento aconteceu às 7h15. Assim que acordou, ele ouviu um forte estrondo e se assustou. “Parecia que algo tinha explodido. Foi um barulho muito alto. O prédio tremeu bastante”, descreveu.
No apartamento de Alan, as paredes e as janelas da lavanderia e da sala ficaram danificadas. Com o impacto, a janela da sala foi arrancada. O piso do mesmo cômodo também estragou. Devido à interdição, ontem, ele dormiu na casa do namorado. Porém, nos próximos dias, não sabe onde vai ficar. A data de retorno para casa também é incerta, pois o prazo para conclusão dos reparos não foi informado, segundo ele. “Não tenho ideia de como vai ser daqui para frente”, disse.
Outro apartamento atingido foi o da dona de casa Rita Galdino Souza, de 54 anos, que vive ali com a família há 4 anos. No momento do desabamento, ela, o marido e os dois filhos dormiam e acordaram com o barulho. Primeiramente, a moradora pensou que havia caído um raio no residencial, durante uma chuva forte. No entanto, quando decidiu checar o que motivou o barulho, encontrou a sala do imóvel praticamente destruída. O reservatório derrubou praticamente toda uma parede do cômodo e arremessou o sofá para longe, assim como causou estragos na lavanderia. “Graças a Deus, os quartos não foram atingidos. Já pensou se as paredes caem em cima da gente dormindo? Deus me livre”, falou.
Enquanto a situação não é resolvida, Rita vai morar, temporariamente, na casa de uma filha. De acordo com ela, até o momento, não se sabe a causa da queda da caixa d’água. “Ninguém consegue entender o que aconteceu.”
Falta de água
De acordo com os moradores, a falta de água é um problema frequente no condomínio. Por isso, sempre são realizadas manutenções na bomba da caixa. O síndico do empreendimento, Richileu Campos, de 36 anos, disse que este não foi o motivo da ruptura e da queda do equipamento, pois os cuidados estavam em dia.
Além disso, conforme ele, a durabilidade indicada pela fabricante do modelo é de 15 a 20 anos. O reservatório do residencial foi implementado há menos de cinco anos; isto é, era novo. “Não era para ter acontecido uma coisa dessa”, comentou. “O que ficou constatado, até então, é que não foi nenhum problema de falta de manutenção, nenhuma negligência, imprudência ou culpa do condomínio, do síndico ou até mesmo da construtora. Infelizmente, foi uma fatalidade”.
O síndico disse que, além de providenciar os reparos, a construtora iniciou a ligação da tubulação de água do residencial com o sistema público de distribuição, para restabelecer o fornecimento. A empresa ainda contratou um caminhão para retirar a caixa d’água do local. Ele diz que o prazo indicado para a finalização de todas as ações é de aproximadamente 15 dias úteis.
Assessoria jurídica
O advogado Eduardo Helaehil, de 27 anos, vai acompanhar Alan Ramos e a família de Rita Souza no processo de resolução da situação. Segundo ele, primeiramente, o foco é definir, juntamente com as partes envolvidas, um local para onde os moradores dos apartamentos interditados possam ser encaminhados de maneira emergencial.
Em seguida, Eduardo vai acompanhar as questões dos reparos dos estragos e do ressarcimento dos valores de bens materiais perdidos. Por fim, após a resolução desses pontos, pretende negociar uma indenização para as famílias afetadas, tanto por conta dos prejuízos materiais, quanto emocionais. (Vinicius Camargo)
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