Sim, ter acesso a água tratada é fundamental para falarmos de condições adequadas de sobrevivência para todos nós. Sem esse líquido, a vida se torna impossível, ou, muito difícil, como sabemos pelos períodos de escassez que já enfrentamos, em anos anteriores. É uma tranquilidade a mais saber que todos os índices de conformidade, de acordo com o estipulado pelo Ministério da Saúde, estão sendo cumpridos.

Além disso, o pioneirismo, uma das marcas registradas da cidade, está até no sistema de tratamento realizado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba, o Saae, de Sorocaba.

Só que essa é uma história para ser contada em partes, que estão interligadas entre si. Então vamos começar por uma conquista histórica. Pela primeira vez, Sorocaba avançou dez posições no ranking nacional, realizado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Ou seja, no ano passado, Sorocaba estava na 22ª posição e agora está na 12ª posição entre as 100 maiores cidades com melhor desempenho em saneamento básico do Brasil. Se mudarmos o recorte e considerarmos apenas os municípios acima de 500 mil habitantes, a cidade vai estar na 4ª posição. Mas se for comparada a nota total com as 27 capitais brasileiras, Sorocaba está à frente de 26, só não da capital paulista. Nessas horas, quando ocorre a divulgação desse tipo de pesquisa, é comum a gente ficar se perguntando, afinal o que isso tem a ver comigo?

Acredite, esse assunto interessa muito. Afinal, praticamente todo mundo utiliza a água que é tratada pela autarquia. Saneamento é saúde, pois os rios são a principal fonte de abastecimento. Um rio poluído se torna impróprio, além disso, água contaminada propaga doenças. Por isso a conquista reflete que o principal, a infraestrutura, está sendo feito. O trabalho faz parte do plano de governo da gestão do prefeito Rodrigo Manga, que tem por objetivo tornar
o Saae referência na prestação de serviços de excelência para os sorocabanos.

Mas é por isso também que o diretor-geral do Saae, Tiago Suckow, afirma com tranquilidade que ele e toda a família beberiam a água que chega na torneira. “Sim, eu e meus filhos. Eu tenho orgulho de falar, sou engenheiro sanitarista por formação. Saneamento é saúde. É importante reforçar que cem por cento da água tratada atende os parâmetros exigidos”, afirma ao explicar que isso significa segurança para o consumo.

O acompanhamento externo de uma agência reguladora, a ARES-PCJ, e da Vigilância Sanitária, entre outros órgãos, ajuda a manter critérios rigorosos de excelência. Segundo ele, alcançar posições melhores no ranking teve uma relação direta com o que tem sido feito. “São vários parâmetros, que somos obrigados a compartilhar com o Governo Federal. Nessa avaliação, três foram os principais: coleta e tratamento de esgoto, redução de perdas e investimentos que foram realizados”, explica Tiago.

E onde está a inovação, a coragem de criar um novo caminho? Lembra que existe uma relação entre rio limpo e captação de água para abastecimento? Pois bem, 30% da população sorocabana é abastecida com o rio Sorocaba. O Programa de Despoluição do manancial se tornou fundamental para garantir água na casa de muita gente. Isso sem falar em questões ambientais, tão importantes para preservação das espécies, inclusive, do próprio ser humano. Em 2021, foi entregue a principal obra para possibilitar que isso ocorresse, a Estação de Tratamento de Esgoto Sorocaba 1 (ETE-S1), a maior da cidade. O volume de tratamento nessa unidade passou de 1.000 litros por segundo para 1.300 l/s, com melhora na eficiência do tratamento, de 81% para mais de 90%. No mesmo ano, a Estação de Tratamento (ETA) Vitória Régia começou a operar captando água desse mesmo rio. O tratamento é feito à base de ozônio, por meio de tecnologia inovadora e pioneira na América Latina. Apenas empresas, muitas do ramo da saúde, utilizam plantas com esse tipo de tratamento em escala menor, para garantir a pureza da água tratada em níveis elevados.

Mas o que ainda precisamos fazer está na ponta da língua do diretor geral do Saae. É nossa responsabilidade o consumo responsável. “Precisa saber usar com muita consciência a água, não é por que ela é auditada, de qualidade, que vamos usar sem controle. Sorocaba tem um consumo per capita um pouco acima do registrado no restante do país, enquanto aqui gira em torno de 180 litros habitante/dia, a média nacional está em 160”, explica.

E os planos não param. “A gente tem que buscar a primeira posição. Se não for a melhor companhia de abastecimento e saneamento, pelo menos estar entre as melhores. Também quero que seja um ambiente onde as pessoas têm orgulho de trabalhar; e claro, meu objetivo é sanear Sorocaba”, lista Tiago.

Esses e outros assuntos estiveram na pauta da entrevista concedida pelo diretor-geral do Saae no Estúdio do Jornal Cruzeiro do Sul. Ele também falou do desassoreamento do rio Sorocaba, um trabalho que está trazendo alívio para quem costumava enfrentar transbordamentos constantes e muitos transtornos. O serviço passou por um teste: um mês de outubro mais chuvoso dos últimos anos. (Denise Rocha)