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Refém por duas horas

Deputado Vitão do Cachorrão conta detalhes sobre sequestro-relâmpago

Criminosos reviraram o imóvel do parlamentar e pediram R$ 1 milhão; Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) investiga o sequestro e tentativa de roubo

21 de Novembro de 2023 às 13:12
Cruzeiro do Sul [email protected]
Deputado estadual Vitão do Cachorrão (Republicanos) foi vítima de um sequestro-relâmpago no início da tarde de domingo (19)
Deputado estadual Vitão do Cachorrão (Republicanos) foi vítima de um sequestro-relâmpago no início da tarde de domingo (19) (Crédito: Divulgação)

Atualizada em 22/11/2023, às 9h20

A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba está investigando o sequestro e tentativa de roubo ocorridos neste domingo (19), com o deputado estadual Vitão do Cachorrão (Republicanos). A Secretaria de Segurança Pública informou que mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial. O deputado estadual enviou uma nota à imprensa e no final da tarde desta terça-feira (21), concedeu entrevista à rádio Cruzeiro FM 92,3. Segundo ele, os criminosos pediram a quantia de R$ 1 milhão, sob ameaça de morte.

O parlamentar conta que saiu de sua chácara localizada no bairro Caguaçu, zona rural de Sorocaba, e durante o trajeto a um evento, por volta de 12h20, na Estrada dos Martins, foi abordado por oito criminosos que estavam em dois carros, fortemente armados com metralhadoras, toucas ninjas e vestidos com roupas da Polícia Civil.

Ele descreve a ação como algo que só havia visto em filmes: “Faltando poucos metros para entrar na Emerenciano Prestes de Barros, veio um Toyota Corolla em alta velocidade e tentou bater de frente comigo, eu desviei, mas mesmo assim bateu no meu carro, pegando a lateral. Aí já desceram homens fortemente armados, com armas potentes como metralhadoras, submetralhadoras, fuzis e granada na cintura. Eles falaram que eram da polícia e me revistaram”.

Segundos depois, outro veículo se aproximou, desta vez, um Ford Ecosport branco, mesmo automóvel que o parlamentar possui. "Imagino que iriam me abordar na chácara, no Ecosport tinha mais quatro ou cinco elementos fortemente armados. Eles me colocaram no carro e foram em direção à chácara sem eu falar endereço. Quando cheguei, meu genro imaginou que eu tinha esquecido alguma coisa, abriu o portão e eles entraram”, conta. O deputado comenta, ainda, que possivelmente esses criminosos estavam filmando e acompanhando sua vida e sua rotina.

Na chácara, estavam a esposa, filha primogênita e genro de Vitão do Cachorrão, todos foram mantidos reféns pelos criminosos por cerca de duas horas, sob ameaças de morte e tortura psicológica. Segundo Vitão do Cachorrão, os criminosos desejavam dinheiro em espécie e em grande valor. Durante o período em que fizeram o deputado e familiares reféns, os criminosos reviraram o imóvel a procura de um cofre, além de quebrarem o teto de gesso e acessarem as contas do deputado pelo aplicativo do celular.

“Ameaçaram matar a minha família e também a minha mãe, senhora de quase 80 anos, acamada porque recentemente amputou uma perna. Eles diziam que sabiam onde ela morava e iam matá-la. Eles nos pediram a quantia de R$ 1 milhão de reais, senão iriam matar a minha família”, conta o deputado. De acordo com ele, os criminosos tinham uma informação falsa de que o parlamentar possuía dinheiro em espécie guardado na chácara e em sua casa.

Após duas horas de tortura psicológica e ameaças de morte, inclusive, falando ao deputado que ele gastaria dinheiro com caixão e velório, os criminosos se convenceram que o parlamentar não tinha o dinheiro, amarraram as vítimas e foram embora.

“Depois que deixaram a nossa residência conseguimos estabelecer contato com a polícia, que nos atendeu prontamente. Inclusive externo a minha gratidão as Forças de Seguranças pela prestação de socorro: Polícia Militar, Polícia Civil, na pessoa da delegada Dra. Luciane, Polícia Cientifica, Guarda Civil Municipal, além do nosso Governador Tarcísio de Freitas, secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite e o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado André do Prado, que se solidarizaram e mantiveram contato conosco por telefone neste momento traumático”, concluiu o deputado em nota enviada à imprensa.

Em nota enviada nesta quarta-feira (22), a Polícia Civil de Sorocaba, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), informou que está intensificando esforços para esclarecer o caso, com equipes nas ruas coletando informações e que já deram início aos depoimentos de algumas pessoas: "A Polícia Civil compromete-se a divulgar novos fatos assim que surgirem, desde que não comprometam o andamento do trabalho de polícia judiciária", finaliza. 

Leia a nota enviada pelo deputado estadual Vitão do Cachorrão, na íntegra: 

"Venho por meio desta Nota primeiramente agradecer a Deus pelo grande livramento que obtive no último domingo (19), ocasião em que saí da minha chácara na zona rural de Sorocaba para um evento com o prefeito Rodrigo Manga, e fui abordado na estrada por oito criminosos, em dois carros, fortemente armados, com metralhadoras, vestidos com roupas da Polícia Civil, toucas ninjas. Os criminosos me renderam e levaram novamente para chácara onde estava a minha esposa preparando o almoço, minha filha primogênita e meu genro.

Eu e minha família ficamos em poder deles por um período de duas horas, sendo ameaçados de morte e torturados psicologicamente. Eles desejavam dinheiro em espécie em grande valor. Reviraram toda a minha casa, procuraram por cofre, quebraram teto de gesso, vasculharam minhas contas pelo aplicativo no celular, ameaçaram de matar a minha família, e também a minha mãe, senhora de quase 80 anos, acamada porque recentemente amputou sua perna. Eles diziam que sabiam onde ela morava e iam mata-la.

Eles nos pediram a quantia de R$ 1 milhão de reais, senão iriam matar a minha família. Após duas horas de tortura psicológica e ameaças de morte feita a minha família, dizendo que eu gastaria com caixão e velório, se convenceram que não tínhamos dinheiro, me amarraram e foram embora.

Deus preservou a nossa integridade física. Depois que deixaram a nossa residência conseguimos estabelecer contato com a polícia, que nos atendeu prontamente. Inclusive externo a minha gratidão as Forças de Seguranças pela prestação de socorro: Polícia Militar, Polícia Civil, na pessoa da delegada Dra. Luciane, Polícia Cientifica, Guarda Civil Municipal, além do nosso Governador Tarcísio de Freitas, secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite e o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado André do Prado, que se solidarizaram e mantiveram contato conosco por telefone neste momento traumático.

Para nós foram momentos tensos de muito terror, ainda estamos psicologicamente abalados com tudo que aconteceu, mas confiando em Deus que vamos superar esse trauma. O caso está sob investigação e confiamos plenamente no bom trabalho da Polícia Civil. Agradeço a todos pelas mensagens solidárias, peço que continue orando por nós. Deus nos abençoe." 

(Da redação)