Situação persiste
Reclamações sobre demora da CPFL para restabelecer energia continuam
Seis dias após o temporal que atingiu o Estado de São Paulo, bairros e vias de Sorocaba e região seguem sem luz
Moradores de Sorocaba e da Região Metropolitana seguem reclamando da demora da CPFL Piratininga para restabelecer a energia elétrica em bairros e vias. Nesta quinta-feira (9), o problema completa seis dias, tendo começado na última sexta-feira (3), quando um temporal e um vendaval atingiram o Estado de São Paulo. Os fenômenos causaram diversos danos, como a derrubada de fiações. A distribuidora havia se comprometido a concluir o atendimento de todas as ocorrências na quarta-feira (8). Porém, novamente questionada pela reportagem nesta quinta (9), a companhia estendeu o prazo e prometeu finalizar os serviços hoje.
Segundo um morador de um condomínio na rua Augusto Lippel, no Parque Campolim, que preferiu não ser identificado, a oscilação da energia é frequente na região. Ele afirma ter perdido um notebook, no valor de R$ 3 mil, por conta da situação. Ele solicitou à distribuidora o reembolso do valor, mas não sabe se receberá. "Me disseram para fazer o pedido de ressarcimento on-line e que pode demorar mais de um mês até ter solução", diz.
Ainda em Sorocaba, o Cruzeiro do Sul recebeu informações sobre imóveis às escuras em todo o Jardim Itapemirim e na estrada dos Leites, em Brigadeiro Tobias. De acordo com as mensagens enviadas à Redação, a iluminação pública da rua José Brasil de Moraes, Jardim Francini, também está desligada. A estrada do Morro, no bairro homônimo, em Araçoiaba da Serra, encontra-se em situação semelhante.
Conforme o administrador Antonio Claudio Alvares, de 60 anos, à noite, a escuridão na via de terra, situada na zona rural da cidade, é total. Por isso, munícipes temem pela própria segurança ao passar por ali. "À noite, só de carro, a pé, nem 'em sonhos'", comenta Alvares.
No mesmo município, o apagão continua em todo o bairro Campininha e em parte do bairro Iperó Mirim. A autônoma Débora Moreira da Silva Fernandes, de 31 anos, que mora na Travessa Um, no Iperó Mirim, ainda enfrenta a falta d'água. Como a sua casa não tem água encanada, ela utiliza um poço. Porém, sem energia, a bomba de captação não opera, e Débora depende da doação de água por parte de vizinhos.
Assim como em diversos outros casos, a araçoiabana perdeu grande quantidade de alimentos, com prejuízo de cerca de R$ 200. Enquanto a situação não é resolvida, ela faz apenas compras com quantidades específicas de produtos para uma refeição, pois não tem onde armazená-los, e cozinha à luz de velas. Às vezes, outra saída é pedir delivery.
Débora informa já ter ligado várias vezes para a CPFL, e a empresa teria dito que não há previsão de retorno da energia no bairro. Em razão dessa indefinição, ela se sente apreensiva e preocupada. "(Estou) desesperada e (me sentindo) em abandono total", fala.
Na rua Dez, no bairro Piraporinha, em Salto de Pirapora, a luz também não voltou até o momento, conforme informado ao jornal. Além disso, os moradores estão sem água, porque todos utilizam poços artesianos. A falta de energia afeta, igualmente, a rua Dois, no bairro Boa Vista.
Em nota, a CPFL afirma que a situação está normalizada e sem registros de ocorrências relacionadas ao temporal do dia 3. Ainda no comunicado, a empresa promete atender nesta quinta-feira (9) aos casos pontuais ou ocorridos depois da chuva forte.