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Transtorno

Sem energia, moradores de Sorocaba perdem alimentos e remédios

De acordo com a CPFL, o fornecimento deve ser normalizado nesta segunda-feira (6), até o final do dia

06 de Novembro de 2023 às 13:09
Vanessa Ferranti [email protected]
Sônia Maria pode perder medicamento de R$ 536,00
Sônia Maria pode perder medicamento de R$ 536,00 (Crédito: Fábio Rogério (6/11/2023))

*Atualizada às 15h20

Três dias se passaram desde o temporal que atingiu Sorocaba e causou estragos na cidade. Nesta segunda-feira (6), enquanto alguns bairros voltaram a normalidade, há ainda regiões que enfrentam a persistente falta de energia. Com o apagão, a população sente as consequências.

Há moradores que perderam alimentos, principalmente carnes que estavam congeladas, e medicamentos que dependem de refrigeração para serem preservados. Segundo a CPFL, o fornecimento deve ser normalizar até o fim do dia de hoje.

Um dos locais sem energia elétrica é a rua Loide de Lima Benedito, no Jardim Arco Íris, região do Central Parque. A população relata que ouviu um estrondo após o temporal e, até o momento, o problema não foi resolvido. Sônia Maria da Silva Buganza, de 63 anos, é uma das moradoras prejudicadas. Além dos alimentos perdidos, ela corre o risco de ficar, também, sem o medicamento para a glicemia, de uso contínuo. O remédio precisa ficar refrigerado e custa mais de R$ 500.

“Eu não sei se estou tomando uma coisa certa ou se está errado, se já perdeu o efeito, porque ontem minha glicemia caiu para 35, passei mal. Meu marido correu e colocou comida na minha boca para eu poder voltar”, contou Sônia.

Roberto Bassetto, aposentado, de 70 anos - Fábio Rogério (6/11/2023)
Roberto Bassetto, aposentado, de 70 anos (crédito: Fábio Rogério (6/11/2023))

O mesmo problema acontece com o aposentado Roberto Bassetto, de 70 anos. Ele mora na residência da frente e também precisa da insulina, no entanto, o medicamento que ele pega no posto de saúde para consumir diariamente não pode mais ser utilizado.

Já em relação aos alimentos, o aposentado perdeu diversas carnes. Roberto tenta salvar o que sobrou. Para isso, comprou gelo e uma caixa de isopor. “Fico muito injuriado, eles (CPFL) prometem uma coisa e não cumprem. É algo que engana a gente. Claro que muitas coisas são prioridades, mas a gente também é prioridade, energia é prioridade. Entendemos que a cidade teve um problema, mas também temos necessidades”, enfatizou.

Na mesma região, no Central Parque, Regina Helena Fuzetto Nunes Souza também vive momentos de incertezas. Acamada, aos 65 anos, ela tem problema pulmonar e utiliza uma máquina de oxigênio. Sem energia, Regina está administrando o tempo de uso do equipamento para não passar mal. “Nessa situação da falta de energia, fica tudo mais difícil para mim. Eu não posso fazer nada aqui, tudo depende da energia, para fazer minha alimentação, meu fogão é de indução, não tenho condições de colocar gás aqui, por causa da minha situação". 

Já Fernando Gomes Ribeiro tem uma pequena empresa que atende postos de combustíveis, na mesma área, e está com dificuldades para trabalhar. “Sem energia não estamos conseguindo emitir nota fiscal e boletos. Nossos clientes estão ligando, nos cobrando e não temos como atendê-los. Hoje fizemos uma movimentação de escritório, transferimos ele para outro lugar para fazermos a emissão dessas notas, porque, infelizmente, ligamos na CPFL, eles dão uma previsão e não se cumpre”, declarou o empresário.

Outros bairros

De acordo com a população, outras regiões da cidade também continuam sem energia. O Cruzeiro do Sul recebeu diversas mensagens via WhatsApp de moradores reclamando do problema nos bairros Jardim Yaya, próximo da avenida Nogueira Padilha, Jardim Magnólia, na estrada da Penha, no Jardim Caguassu e na Vila Santana.

Há falta de energia, ainda, em ruas dos bairros Aparecidinha, Éden (meia fase), Humberto de Campos (oscilando), Jardim Simus, Jardim Magnólia, Jardim Faculdade, Vila Haro e Santa Rosália. Moradores da avenida Pereira da Silva relatam, ainda, que estão sem sinal de internet. O Cruzeiro do Sul entrou em contato com a operadora e aguarda retorno. 

Nesta manhã, o Cruzeiro do Sul também foi a uma agência do Banco do Brasil, na avenida Ipanema, onde não havia sistema. Em nota, a instituição financeira informou que a instituição financeira funciona parcialmente para atendimento negocial. Para serviços de caixa, o atendimento pode ser realizado na agência Além Ponte (rua Comendador Hermelino Matarazzo, 321, Vila Santa Rita.)

Além dos bancos físicos, os clientes do BB contam também com atendimento via aplicativo, internet banking, Central de Relacionamento, pelo telefone 4001-0001 (capitais e regiões metropolitanas), e correspondentes bancários.

A reportagem também constatou problemas na agência do Bradesco da avenida 31 de Março, na região central de Votorantim. O banco declarou que algumas de suas agências do Estado de São Paulo ainda estão sem energia. Clientes da região foram direcionados para agências próximas. A empresa reforçou que conta, também, com unidades do Bradesco Expresso, rede de correspondentes bancários em parceria com comércios locais, assim como canais digitais pelo internet banking e aplicativo.

 

De acordo com a CPFL Piratininga, assim que o problema ocorreu, todo o efetivo da distribuidora foi imediatamente mobilizado, inclusive com reforço de outras cidades da área de concessão, e segue atuando. A CPFL ressalta que, apesar dos danos, aproximadamente 90% dos clientes tiveram o fornecimento restabelecido em Sorocaba. A previsão é normalizar o serviço para os demais até o final do dia, nesta segunda-feira (6). (Colaborou Vinicius Camargo)

Agência do Banco do Brasil, na avenida Ipanema - Fábio Rogério (6/11/2023)
Agência do Banco do Brasil, na avenida Ipanema (crédito: Fábio Rogério (6/11/2023))

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