Sorocaba
Aeroclube quer resgatar a própria história
Entidade que originou o Aeroporto de Sorocaba comemora Dia do Aviador (amanhã) envolto em problemas
No Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB), que será celebrado amanhã (23), enquanto entusiastas de todo o País comemoram as conquistas e inovações que moldaram o curso da aviação, o Aeroclube de Sorocaba, uma instituição que ajudou a escrever essa história, enfrenta um dos momentos mais desafiadores em seus 81 anos de existência.
Fundado em 1942, o Aeroclube de Sorocaba é uma instituição com raízes profundas na paixão pela aviação e dedicada à formação de pilotos. Ao longo de décadas, o Aeroclube desempenhou um papel vital na preparação de mais de 2 mil profissionais que hoje servem nas fileiras da aviação civil e militar em todo o Brasil.
No entanto, nos últimos anos, o Aeroclube tem enfrentado desafios internos, que estão sendo abordados pela nova liderança da instituição. No meio dessas adversidades, o Aeroclube realizou investimentos significativos na construção de hangares, bem como na implantação de um restaurante e de outras instalações.
Segundo Telmo Peireira Cardoso, ex-presidente da instituição, há muito tempo, o Aeroclube solicitou à Prefeitura de Sorocaba a legalização e regularização do uso dessas áreas e edificações, buscando trazer clareza e estabilidade para as suas atividades.
Isso, porque a privatização do Aeroporto Estadual de Sorocaba - Bertram Luiz Leupolz, que se ergueu na área onde um dia o Aeroclube iniciou suas atividades, trouxe um novo cenário que a instituição não previu. Cardoso explica que a empresa vencedora da licitação parece, até o momento, ignorar a importância histórica e cultural do Aeroclube e exige que a instituição pague pelo uso das instalações que construiu com recursos próprios ao longo de décadas.
“Enquanto a gestora privada cobra por uso, a Prefeitura mantém uma postura de silêncio, deixando a instituição em um impasse desafiador. A comunidade da aviação, no entanto, começa a se mobilizar em defesa do Aeroclube e sua contribuição inestimável para a história e a economia da região”, disse Cardoso.
Reivindicações
Para abordar essa situação desafiadora, o Aeroclube está empenhado em uma série de iniciativas. Em primeiro lugar, está resolvendo questões internas para superar as dificuldades recentes, demonstrando compromisso com a sua reestruturação.
Uma das propostas em discussão é a transferência da gestão da Pista de Aeromodelismo para a Secretaria Municipal de Esporte e Qualidade de Vida (Sequav). Isso abriria portas para que jovens se envolvessem em atividades relacionadas à aviação, incentivando o interesse e a participação na área.
Além disso, há um esforço em curso para compartilhar a infraestrutura de acesso e estacionamento de veículos entre o Aeroclube e a Polícia Militar, promovendo uma coexistência harmoniosa na região. Essa abordagem busca otimizar o espaço disponível e melhorar a convivência de ambas as partes.
A instituição também pleiteia, há décadas, junto à Prefeitura, a regularização e legalização das áreas públicas e construções que compõem sua infraestrutura.
Outra questão relevante é o futuro do Hangar II, uma instalação construída com recursos do Aeroclube. Propõe-se que esse espaço seja disponibilizado para a Rede Voa, respeitando sua finalidade específica. Cardoso ressalta a possibilidade de a Rede Voa, como empresa gestora, abrir mão do pagamento de aluguel pelo Aeroclube e a Escola de Pilotagem, reconhecendo a natureza sem fins lucrativos da instituição.
Por último, uma proposta importante é que a Rede Voa não aplique taxas aeroportuárias ao Aeroclube. Esta sugestão é fundamentada no fato de que o Aeroclube opera em prol do desenvolvimento da aviação civil e detém status de entidade de utilidade pública, reconhecido tanto por leis federais quanto municipais. (Da Redação)
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