Polícia
Chileno preso em Sorocaba treinava membros do PCC
Procurado em três Estados morava com a família perto da av. Nogueira Padilha
O chileno de 43 anos, preso na quinta-feira (19), em Sorocaba, suspeito de fazer parte de uma quadrilha especializada em assaltos a bancos e empresas de valores, era contratado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para dar treinamento de guerrilha aos membros da facção. De acordo com a Polícia Civil, ele também comandava a quadrilha durante os assaltos.
A operação que culminou com a prisão do suspeito foi realizada em parceria com a Polícia Civil de Florianópolis (SC), incluindo o cumprimento de quatro mandados de prisão por roubo qualificado e homicídio. O homem morava em uma residência de classe média, alugada, perto da avenida Coronel Nogueira Padilha, zona leste de Sorocaba.
Ele morava com a mulher e o filho, sem levantar suspeitas, “como se fosse uma família de classe média sem problema algum”, informou a Polícia Civil, acrescentando que ele procurava sair da residência somente no período noturno e mantinha uma vida discreta, sem contato com os vizinhos. “Estava escondido em Sorocaba há aproximadamente dois meses. Ele afirmou para nós que não passava muito tempo na mesma casa para que a polícia não o encontrasse”, revelaram os policiais.
A quadrilha da qual o suspeito fazia parte atuava nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. O grupo criminoso é conhecido por suas ações violentas, que se assemelham ao chamado “novo cangaço” -- caracterizadas pelo uso de armas de grosso calibre e frequentemente fazendo reféns. A quadrilha é acusada de participar de um roubo em Araçatuba (SP), em 30 de agosto de 2021, quando diversas pessoas foram feitas reféns e três morreram. Também são atribuídas a ela assaltos nas cidades de Timbó Grande e Catanduvas, localizadas em Santa Catarina, além de outros municípios no interior do Paraná.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o suspeito possuía mandado de prisão pelos Estados de Santa Catarina, Paraná e mais três mandados pela Justiça Federal. “Ele responderá por crime organizado, roubo e homicídio. Se condenado a todos os crimes em que é acusado, se pegar a pena mínima, fica uma condenação de aproximadamente 100 anos”.
Após a audiência de custódia, realizada ontem, ele foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. (Da Redação)