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Casos de Covid-19 voltam a aumentar e índice vacinal continua baixo

A quantidade de confirmações em outubro também é 37% maior do que a somatória dos meses de julho e agosto

17 de Outubro de 2023 às 23:01
Vinicius Camargo [email protected]
Especialista atribui retorno da doença à baixa cobertura vacinal com Pfizer Bivalente
Especialista atribui retorno da doença à baixa cobertura vacinal com Pfizer Bivalente (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (10/12/2022))

 

O número de casos de Covid-19 contabilizado em Sorocaba nos primeiros 16 dias de outubro já supera o volume total de setembro. Neste mês, havia, até o dia 16, 756 testes positivos, enquanto, no anterior, foram 558 -- aumento de mais de 35%. Além disso, quatro mortes ocorreram em outubro. Por outro lado, o número de internações em decorrência da doença caiu 80% no período, de 25 para 5. Os dados são da Secretaria da Saúde (SES).

A quantidade de confirmações em outubro também é 37% maior do que a somatória dos meses de julho e agosto. Nesses meses, foram detectados, respectivamente, 253 e 172 casos, totalizando 406.

No acumulado de julho a outubro (parcial), as positivações totalizam 1.739 e as internações, 62. O número de hospitalizações oscilou entre tendências de queda e aumento no período. Em julho, havia 11 pessoas internadas, sendo quatro em UTI.

O volume subiu para 21 em agosto, com duas em UTI. Em setembro, nova alta -- 25 (cinco em UTI). Já em outubro, interrompendo a sequência de elevações, apenas cinco pacientes precisaram ser internados até agora. De acordo com a SES, todos estão em leitos de enfermaria e não há nenhum leito de UTI ocupado.

Entre 1º de janeiro e 16 de outubro de 2023, o município somou 5.591 casos, 34 mortes, 182 hospitalizações e 5.260 recuperados da doença.

Baixa cobertura

De acordo com a infectologista Naihma Salum Fontana, o aumento dos casos de Covid-19 está relacionado, principalmente, à baixa cobertura vicinal com a Pfizer Bivalente. A médica afirmou que, hoje, essa opção é a mais eficiente contra o coronavírus. “Os estudos já mostram que a vacina monovalente não é eficaz contra a cepa que está em circulação atualmente”, explicou.

Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura dos imunizantes monovalentes referentes ao esquema primário (no mínimo, duas doses) chega a 80,65% no Brasil, ante uma meta de 90%. Já o índice da bivalente alcança apenas 16,65%, diante do mesmo porcentual esperado.

Em Sorocaba, segundo a SES, a cobertura das vacinas monovalentes é de 90,4%, superando a meta, enquanto o indicador da bivalente está em cerca de 30%.

Internações e mortes

Conforme Naihma, embora menos eficazes contra a cepa atual, os imunizantes monovalentes oferecem proteção parcial contra o agravamento da doença. Por isso, apesar da baixa procura pela Pfizer Bivalente, a adesão favorável ao esquema vacinal primário contribui para a redução das internações e mortes pela doença. “A vacina não esteriliza as vias aéreas, então, mesmo vacinada, a pessoa pode contrair a Covid-19, mas reduz, ou até elimina, em alguns casos, a possibilidade de transmissão, a chance de evolução para a forma grave da doença e de óbito”, disse.

Protocolos sanitários

Por conta do aumento de casos, o momento é de manter os protocolos sanitários indicados pelos órgãos de saúde, conforme frisa a infectologista. A principal recomendação é prezar pela vacinação em dia. “Os estudos mostram que as vacinas são seguras. E elas, como todos vimos, nos tirou da pandemia e nos permitiu retornar à vida normal, sem máscaras, compartilhada junto das pessoas”, ressaltou.

Outra orientação, principalmente, para os grupos de risco, é evitar aglomerações. Se for imprescindível ir a locais com muita gente, deve-se usar máscara de proteção facial e tentar manter, ao menos um pouco, o distanciamento social.

Naihma também aconselha que pessoas doentes evitem conviver com outras. Praticar a etiqueta respiratória, cobrindo o nariz e a boca ao tossir ou espirrar, além de higienizar as mãos logo em seguida, é outra indicação. (Vinicius Camargo)