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Sorocaba

Cesta básica tem 4ª queda seguida nos preços em Sorocaba

Valor dos 34 itens caiu 0,42% em setembro, na comparação com o mês de agosto

03 de Outubro de 2023 às 23:01
Ana Claudia Martins [email protected]
O ovo foi o produto com a segunda queda de preços mais significativa (-6,40%) em setembro, atrás apenas do leite longa vida (-7,24%)
O ovo foi o produto com a segunda queda de preços mais significativa (-6,40%) em setembro, atrás apenas do leite longa vida (-7,24%) (Crédito: ANA CLAUDIA MARTINS)

O preço da cesta básica sorocabana, que é composta de 34 itens, teve a quarta queda seguida em 2023. Segundo a pesquisa do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), quando comparado com o mês anterior (agosto de 2023), o valor caiu 0,42%, passando de R$ 984,99 para R$ 980,87, ou seja, R$ 4,12, pagos a menos pelo consumidor. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior (setembro de 2022), houve queda de 11,02%, ou seja, R$ 121,44 pagos a menos pelo consumidor. Os alimentos que mais contribuíram para o barateamento foram a carne de primeira, o leite, o ovo, o feijão e a batata.

Conforme a pesquisa, dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 20 deles apresentaram queda no preço no mês passado. Entre eles estão o leite longa vida (-7,24%), cujo litro foi de R$ 4,94 para R$ 4,58; o ovo (-6,40%), passando de R$ 11,33 a dúzia para R$ 10,60; o feijão (-5,67%), que foi de R$ 7,51 o quilo para R$ 7,08; e a margarina (-3,94%), que passou de R$ 7,93 (500 g) para R$ 7,62.

Para o coordenador da pesquisa, professor e economista Marcos Antonio Canhada, o leite longa vida foi o maior destaque na queda de preços em setembro, reflexo da maior oferta no mercado interno, em função de maior produção, e também crescimento nas importações.

“Outro importante destaque em redução de preço neste mês foi o ovo, que, após período de alta neste ano, aponta em setembro reversão desta tendência. O calor intenso, que faz com que os estoques sejam distribuídos mais rapidamente, associado à retração da demanda em função dos preços elevados, estão entre os fatores que colaboraram para queda deste item neste mês”, aponta Canhada.

O coordenador do laboratório, professor e economista Renato Vaz Garcia, afirma que o feijão manteve a tendência do mês anterior e também se destacou entre as maiores quedas de setembro, reflexo de melhoria na oferta. Ele acrescente que, “apesar de não figurar entre as maiores quedas em setembro, a carne bovina continua a ser destaque neste ano, em função de sua importância relativa no preço da cesta básica.”

Garcia disse, ainda, que a queda de -0,42% no preço da cesta básica em setembro ocorreu no sentido contrário do resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,35%. “Isso significa que os produtos de consumo básico que compõem a cesta básica ficaram mais baratos, caminhando no sentido contrário dos bens e serviços em geral, medidos pelo IPCA-15”, explica o economista.

Frango subiu

De acordo com a pesquisa, em setembro de 2023 os produtos que tiveram as maiores altas foram o frango (10,95%), o alho (8,55%), o arroz (4,55%), a água sanitária (4,55%) e o creme dental (4,27%). O frango passou de R$ 7,99 o quilo para R$ 8,87; o alho foi de R$ 5,83 (200g) para R$ 6,33; o arroz, de R$ 25,61 (cinco quilos) para R$ 26,77; e a água sanitária de R$ 5,57 (2L) para R$ 5,82.

Para Canhada, a alta significativa do preço do frango, já percebida no mês de agosto, tem como principal causa o aumento da demanda devido ao preço mais competitivo em relação a outras proteínas. “O aquecimento da demanda faz com que produtores e comerciantes ajustem o preço, impactando de forma importante no valor final do item. No caso do arroz, a saca do produto vem desde agosto mostrando tendência de alta; a demanda aquecida e a menor oferta no mercado interno são indicadores que justificam essa tendência”, afirma o economista.

Preços altos

O casal Sileine e Alfeu diz que o leve barateamento mês a mês ainda não é perceptível no orçamento  - ANA CLAUDIA MARTINS
O casal Sileine e Alfeu diz que o leve barateamento mês a mês ainda não é perceptível no orçamento (crédito: ANA CLAUDIA MARTINS)

Para os consumidores ouvidos pela reportagem na tarde de ontem (3), os preços dos alimentos da cesta básica sorocabana ainda estão altos. Eles afirmam que quase não percebem a queda nos preços dos alimentos e procuram sempre por promoções e ofertas.

É o caso da aposentada Sileine de Góes, de 63 anos. Ela diz que não percebeu queda nos preços dos alimentos ultimamente. “Não acho que teve queda de preços. Os preços dos alimentos continuam altos neste ano”, afirma. Para economizar, ela disse que aproveita promoções e ofertas.

A diretora de escola Ana Lúcia da Silva Pereira, de 50 anos, afirma que sentiu a queda nos preços de alguns alimentos, como o ovo, por exemplo. Mas, para ela, os preços também continuam altos. “Os preços seguem caros. Eu acho que deveriam tirar o ICMS dos alimentos da cesta básica. Assim realmente ficaria mais barato”, aponta.

Ana Lúcia disse, ainda, que quando algum produto está caro, ela não compra e escolhe outro que esteja com o preço melhor. “Também costumo pesquisar e ir em mais de um supermercado, para ter uma base dos preços dos alimentos”, diz. (Ana Claudia Martins)

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