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Sorocaba

Base de Manga abre CPI para apurar caso da família Hial

Parlamentares se anteciparam à oposição com objetivo de investigar os contratos firmados entre a Prefeitura de Sorocaba e empresas ligadas à família do ex-diretor da Urbes

28 de Setembro de 2023 às 11:38
Wilma Antunes [email protected]
Pedido foi feito pelos vereadores que compõem a base de apoio ao prefeito
Pedido foi feito pelos vereadores que compõem a base de apoio ao prefeito (Crédito: Reprodução)

O pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar os contratos estabelecidos entre a Prefeitura de Sorocaba e empresas associadas à família do ex-diretor da Urbes - Trânsito e Transporte, Jorge Domingos Hial, atingiu o número necessário de assinaturas, nesta quinta-feira (28), para sua apresentação na Câmara Municipal.

Esse pedido foi feito pelos vereadores que compõem a base de apoio ao prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). Entre os signatários do documento estão os vereadores Cristiano Passos (Republicanos), Vinícius Aith (PRTB), Caio Oliveira (Republicanos), João Donizeti (PSDB), Dylan Dantas (PL), Rodrigo do Treviso (Republicanos), Fábio Simoa (Republicanos), Silvano Jr (Republicanos) e Luís Santos (Republicanos). Quatro desses parlamentares (Passos, Aith, Donizeti e Santos) destinaram emendas impositivas às empresas alvo da investigação.

Cabe destacar que a vereadora Iara Bernardi (PT), membro da oposição ao governo, vem buscando apoio para coletar assinaturas visando a abertura de uma CPI sobre o mesmo assunto desde que a denúncia foi inicialmente feita em 20 de setembro. No entanto, apenas os vereadores Fernanda Garcia (Psol), Salatiel Hergesel (PDT) e Francisco França (PT) além dela, aderiram ao pedido.

Essa estratégia é semelhante ao ocorrido em novembro do ano passado, quando a oposição estava reunindo solicitações para a abertura de uma CPI com o intuito de investigar contratos da Secretaria da Saúde (SES) e da Secretaria da Educação (Sedu), mas vereadores que apoiam o prefeito Manga conseguiram se antecipar e apresentaram sua própria proposta de investigação. A CPI foi então instaurada pelos apoiadores de Manga e, posteriormente, arquivada discretamente em agosto.

O caso

Órgãos municipais de Sorocaba, incluindo a Prefeitura, têm contratos com empresas ligadas à família do ex-diretor da Urbes, totalizando R$ 32 milhões em contratos. Essa conexão teve início em janeiro de 2021, quando Jorge Domingos Hial, conhecido como Tupã, assumiu cargos na Urbes. Em menos de três anos, a família Hial acumulou 17 contratos com a administração municipal, recebendo mais de R$ 12 milhões. A Prefeitura e a família Hial negam irregularidades, mas o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo identificou conflitos de interesse e ilegalidades em alguns contratos. Após divulgação da denúncia, Hial foi exonerado do cargo.

Além disso, empresas ligadas à família Hial também receberam doações de dinheiro público, levantando preocupações sobre a transparência e ética dessas transações. A Associação Antônio José Guarda, presidida pela esposa de Jorge Hial Neto, recebeu contratos milionários para serviços na Educação e Saúde de Sorocaba. A Transparência Brasil apontou conflitos de interesses e a falta de concorrência em algumas dessas contratações.

A Brita Forte, uma das empresas ligadas à família Hial, cresceu consideravelmente em três anos, aumentando seu capital social sete vezes antes de ser vendida a uma novaproprietária. (Wilma Antunes)