Sorocaba
Vendas de imóveis residenciais caem em agosto
Pesquisa do Creci que apontou influência dos juros elevados no mercado também registrou aumento das locações
Os juros elevados estão influenciando o mercado imobiliário na região de Sorocaba. De acordo com pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), agosto de 2023 apresentou queda de 23,02% nas vendas de imóveis residenciais usados e alta de 24,11% no volume de contratos de locações residenciais assinados, na comparação com o mês anterior. Por outro lado, no acumulado do ano, os resultados tiveram alta de 173,76% nas vendas e 174,79% nas locações.
Para o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, a queda nas vendas de imóveis usados e a alta no volume de contratos de locação assinados no período analisado não são dados positivos, apesar dos números elevados no acumulado do ano. “A venda de imóveis novos, por exemplo, é afetada pela taxa de juros, que está muito alta, e as pessoas não têm renda familiar para ter o pedido de financiamento aprovado pelos bancos. Por outro lado, a alta nas locações também não é tão positiva, pois o contrato de locação tem uma cláusula de reajuste uma vez por ano, e além disso, no final dos 30 meses de contrato, o dono do imóvel pode reajustar o valor do aluguel como ele quiser. Daí, se o inquilino não puder pagar, ele vai entregar o imóvel e alugar outro, com valor mais barato e, provavelmente, na periferia”, explicou.
Viana Neto destacou que o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do governo federal, possui taxas de juros mais baixas e atende imóveis de até R$ 350 mil. “Se você analisar a pesquisa, na região de Sorocaba, por exemplo, percebe que 20% dos imóveis vendidos foram na faixa de até R$ 300 mil. Então, acredito que nos próximos meses, os resultados serão mais positivos em Sorocaba e região, pois o programa habitacional não atendia imóveis neste valor”, acrescentou o presidente do Creci-SP.
A pesquisa analisou os números de 28 imobiliárias de 25 cidades da região além de Sorocaba. De acordo com os dados coletatos, as casas térreas representaram a grande maioria dos imóveis adquiridos ou alugados no período. Em relação às vendas 83,3% foram casas e somente 16,7% apartamentos. No caso das locações, foram 90% de casas e 10% de apartamentos.
As imobiliárias consultadas pelo levantamento são dos seguintes municípios: Alambari, Alumínio, Angatuba, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Campina do Monte Alegre, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Guareí, Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Itu, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Quadra, Salto, São Roque, Sorocaba, Tatuí, Torre de Pedra e Votorantim.
Vendas
Conforme a pesquisa, a maioria das casas vendidas no período tinha valores até R$ 300 mil. Eram casas de dois e três dormitórios, com área útil variando de 51 a 100 m². No caso dos apartamentos, a faixa de preços preferida pelos compradores foi de até R$ 700 mil, para imóveis de dois dormitórios e área útil de 51 a 100 m².
Em relação à região, 43,1% das propriedades vendidas em agosto estavam situadas na periferia, 25% nas áreas nobres e 31,9% nas regiões centrais.
Entre as modalidades de vendas, 35,7% foram financiadas pela Caixa, 35,7% parceladas diretamente pelo proprietário, 7,1% pagas à vista, e 21,4% financiadas por bancos privados. Não houve negócios realizados por consórcios.
Locações
Ainda de acordo com o levantamento do Creci-SP, a faixa de preço de locação de preferência dos inquilinos de casas na região de Sorocaba foi de até R$ 1.250,00, para imóveis de dois dormitórios com 51 a 100 m² de área útil.
A principal garantia locatícia escolhida pelos locatários foi o depósito caução. Os novos inquilinos optaram por imóveis situados na periferia (37,7%), na região central (34%) e nas áreas nobres (28,3%).
Entre aqueles que encerraram os contratos de locação em agosto, 35% se mudaram para imóveis com aluguel mais barato. Outros 50% não informaram o motivo da mudança e 15% passaram a morar em imóveis com alugueis mais caros. (Da Redação)