Cidades
Avanço da inteligência artificial impressiona pela sua rapidez
Especialistas aconselham atenção às questões éticas e de segurança
“A inteligência artificial, uma inovação que antes parecia pertencer apenas às páginas de livros e aos cenários de filmes futuristas, está se tornando uma realidade no dia a dia de muitos brasileiros”. É assim que o ChatGPT, um algoritmo baseado em inteligência artificial, define a interação dos humanos com a nova e afamada tecnologia.
Desde sua criação, em novembro de 2022, o tema inteligência artificial está sob holofotes e, dentro desse cenário, muitas outras ferramentas com a mesma base foram desenvolvidas. Esses avanços tecnológicos, no entanto, ainda dividem a opinião da população. Segundo a pesquisa Global Views On A.I 2023, cerca de 51% dos brasileiros olham com cautela e apreensão para a inovação, enquanto 66% mostram-se animados e otimistas.
O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países que mais acreditam que a inteligência artificial transformará a forma de trabalho como conhecemos hoje. O professor Eliney Sabino, coordenador dos cursos de tecnologia do Centro Universitário Facens, compartilha dessa crença.
“Eu vejo que a inteligência artificial, especialmente o ChatGPT, tem impactado o mundo de forma expressiva e está sendo amplamente utilizada em várias áreas, proporcionando automação de tarefas e melhorias em diversos setores”, conta o professor. “No mercado de trabalho, a inteligência artificial cria novas oportunidades, mas também gera preocupações acerca da substituição dos empregos tradicionais por automação”.
Segundo Eliney, as áreas que serão mais impactadas pelo uso de inteligências artificiais são aquelas que dependem fortemente de tarefas repetitivas e análise de dados, como a indústria, o setor financeiro, o atendimento ao cliente e áreas da medicina.
“Esses setores estão passando por transformações significativas com a adoção da inteligência artificial, e acredito que é essencial para os profissionais dessas áreas acompanhar as tendências e investir em conhecimentos relacionados à tecnologia”, é o conselho de Eliney. Ele acrescenta que é fundamental estar aberto para se adaptar às demandas do futuro.
Adriano Peoh, de 49 anos, atua no mercado publicitário como diretor de arte e a inteligência artificial já faz parte de sua rotina. “Antes de iniciar qualquer projeto, na fase inicial, recorro ao ChatGPT como uma fonte de pesquisa e para a estruturação do projeto. Porém, não a uso como a ferramenta final, por exemplo, não crio um título diretamente em inteligência artificial, mas a uso como ponto de partida e, posteriormente, para aprimorar a ideia”.
Além do Chat GPT, Peoh utiliza ferramentas de criação de imagens, como o Stable Diffusion e Adobe Firefly, para a composição de um layout e enxerga muitos benefícios na adoção da inovação no ambiente de trabalho. “A produtividade da agência aumentou significativamente, desde que todos aprenderam a usá-la como parte do processo. O trabalho de pesquisa também enriqueceu consideravelmente, especialmente ao utilizar as versões premium de ferramentas como o ChatGPT”.
Tanto Eliney Sabino quanto Adriano Peoh encaram esse cenário e o desenvolvimento contínuo de novas inteligências artificiais como algo emocionante e promissor. “Nós podemos esperar avanços ainda mais impressionantes, no entanto, é crucial manter um olhar atento às questões éticas e de segurança, garantindo que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e beneficie a sociedade como um todo”, disse Eliney.
“O mundo está mudando numa velocidade sem precedentes. E isso requer uma nova maneira de pensar, ou seja, precisamos deixar de encarar essas ferramentas como ameaças ao mercado de trabalho ou como soluções mágicas que resolverão um projeto sozinhas. É necessário compreender que são apenas ferramentas, que podem ser utilizadas para melhorar a qualidade e eficiência do nosso trabalho”, analisa Peoh. (Beatriz Falcão - programa de estágio)