Sorocaba
Nova modalidade de golpe causa prejuízo a clientes de bancos
Mensagens falsas induzem pessoas a pensar que foram vítimas de golpistas e aí sim acabam "caindo" em armadilha
Os clientes de bancos estão sendo alvo de uma nova modalidade de golpe, que usa mensagens de texto (SMS) ou ligações telefônicas para induzi-los a fornecer dados pessoais e bancários ou a fazer transferências indevidas. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta para os cuidados que devem ser tomados para evitar cair nessa armadilha.
Segundo a entidade, os golpistas enviam SMS com informações falsas sobre compras suspeitas, milhas vencidas, prêmios ou irregularidades no cartão ou na conta. Nessas mensagens, eles pedem que o cliente ligue para um número 0800 ou acesse um link fraudulento. Ao fazer isso, o cliente é atendido por um falso funcionário do banco ou é direcionado para um site falso, que solicita dados confidenciais, como senhas, tokens e números de cartões.
Em alguns casos, os criminosos ligam diretamente para o cliente e se passam por colaboradores do banco. Eles dizem que a conta está sendo fraudada por outro funcionário e que, para resolver o problema, é necessário transferir o dinheiro para uma conta ou chave segura. Na verdade, trata-se de uma conta ou chave do próprio golpista.
O delegado Acácio Leite, do 8º Distrito Policial de Sorocaba, afirma que esse tipo de golpe tem se tornado cada vez mais frequente na região. Ele diz que há o registro de vários boletins de ocorrência de vítimas que perderam quantias significativas para os bandidos. A orientação do delegado é que os clientes não respondam às mensagens suspeitas e nem forneçam dados pessoais ou bancários por telefone ou pela internet.
“Os bancos nunca pedem senhas, tokens ou outros dados por SMS ou por telefone. Também nunca pedem para que os clientes façam transferências ou Pix para regularizar problemas na conta. Se receber uma ligação ou uma mensagem desse tipo, desconfie e desligue. Em caso de dúvida, entre em contato com o seu gerente ou com os canais oficiais do seu banco”, recomenda Leite.
Golpes mais comuns
O delegado Acácio Leite cita três exemplos de golpes comuns que já fizeram muitas vítimas. Um deles é o da falsa conversa no Whatsapp de um parente, geralmente um filho, que precisa de dinheiro para consertar o celular. Os golpistas usam o nome e a foto do familiar para enganar a vítima, que deve verificar a veracidade do pedido e a conta de destino antes de fazer qualquer transferência.
Outro golpe é o dos falsos leilões de carros na internet, que usam plataformas on-line aparentemente confiáveis. A vítima recebe um e-mail com a confirmação do lance e os supostos procedimentos para finalizar a compra, mas na verdade está enviando dinheiro para os bandidos. Esse golpe é mais perigoso, pois envolve valores altos e demora para ser percebido.
Há também o golpe do amor, em que a vítima se apaixona por alguém que conheceu na rede e é convencida a enviar pequenas quantias periodicamente. Esse golpe causa prejuízo financeiro e emocional, pois além de perder o dinheiro, a vítima pode sofrer extorsão e exposição de dados pessoais. Os golpistas ameaçam divulgar fotos, conversas e outras informações se não receber mais dinheiro.
O delegado aconselha as pessoas a terem cautela com situações que parecem muito fáceis ou vantajosas. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia. Tem um novo termo em alta, o ‘figital’, que é a combinação de físico e digital. Se possível, confira pessoalmente os produtos que pretende comprar pela internet e verifique a reputação dos vendedores. Em muitas vezes, as pessoas podem se deixar levar pela emoção e agir por impulso. É fundamental parar e pensar antes de fechar qualquer negócio”, orientou. (Wilma Antunes)